Categorias

Explore this Blog!

Em Português: Anime | Manga | Cosplay | Livros| Banda Desenhada | Filmes | Teatro | Eventos

In English: Cosplay Portfolio (Updating) | SALES

30.4.13

PaniPoni Dash!

PaniPoni Dash!
Shinbou Akiyuki - Shaft
Anime - 26 Episódios +  1 OVA
2005
5 em 10

É certo e conhecido facto de que esta gente da Shaft é dona de grande capacidade inventiva de maluqueiras. Infelizmente, estou para ver o dia em que façam uma de jeito (não foi com Sasami, não) Fui para este anime sem qualquer tipo de expectativa, sem ver a sinopse, sem nada. Disseram-me "gostaste de Excel Saga, isto é uma comédia randómica tipo Excel Saga". Isto deve uma explicação: eu vi Excel Saga na Sic Radical. Evidentemente, pensei que era o supra-sumo da barbatana, nunca tinha visto nada igual. Fosse hoje, já não lhe daria uma nota tão alta (creio que está classificado com um 9 na minha lista). Fosse hoje, tudo seria diferente.

E foi nos dias de hoje que eu vi PaniPoni Dash! Infelizmente, não foi há dez anos atrás.

O anime segue as aventuras e desventuras de uma professora de onze anos e das suas alunas. Admito que a comédia é um género cuja avaliação é extremamente subjectiva, mas a verdade é que nenhum dos gags (e eram seguidos, a ritmo de metrelhadora, sem uma história a acompanhar, sem qualquer tipo de desenvolvimento ou reflexão) me fez rir. Excepto o primeiríssimo, no primeiro episódio, com os semáforos. A partir daí a qualidade foi ficando cada vez pior. Podem argumentar "não achaste piada porque não percebeste!". Pois bem, eu já vi anime suficiente para perceber metade destas referênciazitas que andam por todo o anime. Para a outra metade, o folder que eu recebi por torrent possuía um lindo .pdf com notas dos tradutores. Que amigos que eles foram. :)

Eu poderia aceitar uma série só de gags se a arte fosse minimamente observável. Fi-lo com Zetsubou Sensei, porque não com PaniPoni? A razão é simples. Os designs, a animação, tudo o que é relativamente ao desenho neste anime é simplesmente pavoroso. Os uniformes escolares desta escola ganham, para mim, o prémio de "uniforme escolar mais feio alguma vez criado". Fazer desenhos tortos pode ser engraçado para alguns, mas a mim faz-me arrancar cabelos. Bem, não preciso, eles caem sozinhos.

Pelo menos temos uma banda sonora vivaz e muito variada. Ou nada salvaria este anime da completa e total desgraça.

Talvez se eu o tivesse visto há 10 anos atrás... Bem, há 10 anos atrás ele não existia.

29.4.13

Nijiiro Hotaru: Eien no Natsuyasumi

Nijiiro Hotaru: Eien no Natsuyasumi
Uda Konosuke - Toei Animation
Anime - Filme
2012
7 em 10

Yuuta é um rapazinho a quem, ao cair de uma ribanceira abaixo, lhe é dada a oportunidade de viver umas férias de Verão inesquecíveis. Nos anos 70. Numa aldeia que foi afogada por uma barragem.

O filme acaba por ser um pouco inconsistente em termos objectivos de qualidade. Comecemos pela arte. É um pouco difícil de nos habituarmos a ela, creio que funciona melhor numa curta do que numa longa-metragem com quase duas horas. Os traços são fortes e muito fluídos, mas isso acaba por trazer grande naturalidade aos movimentos dos personagens. Os fundos são aguarelas, verdes pouco vibrantes. Acabam por ser as cenas nocturnas aquelas que trazem mais ênfase à arte, existindo alguns momentos soberbos de animação - nomeadamente a "corrida" de Yuuta e Saeki. O filme é todo sobre gambuzinos (como se chamam os bichos que brilham no escuro, que agora me falta o nome?) e a são eles que iluminam grande parte do filme, o que trás uma beleza quase contemplativa, só em algumas cenas.

A história é muito simples e reflecte pouco sobre alguns valores sobre os quais se poderia focar, como o valor da amizade, o amor verdadeiro e a inocência da infância. Está bem construída devido às cenas de flashback, cuja animação diferente acaba por as tornar a parte mais interessante do filme.

Também é inconsistente na música, com variação entre peças bastante originais e algumas bastante clichés. Ainda assim as cenas mais belas são-no por causa da música, que lhes adiciona luz de pirilampo (lembrei-me do nome).

Um filme agradável, próprio também para os mais pequenos se se encontrarem as legendas apropriadas. Espero que o façam em Português também, pois não me importaria de o mostrar aos meus pequenos escravos.

28.4.13

Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo

Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo
Tsurumaki Kazuya, Anno Hideaki e Maeda Mahiro - Gainax
Anime - Filme
2012
8 em 10

Nos 90s tivémos Neon Genesis Evangelion. E o pessoal passou-se. Agora no novo milénio temos uma nova interpretação da história: Evangelion. E o pessoal está-se a passar. E eu, com grande orgulho, faço parte desse grupo de pessoal.

You Can (Not) Redo é o 3.0, o terceiro filme. Catorze anos se passaram desde o 2.0. Shinji Ikari continua igual, mas o mundo à volta dele mudou. Agora a Nerv é a má da fita (não que fosse muito boa peça antes, de qualquer forma) e ele não pode conduzir EVAs. É importante ter visto os outros dois filmes primeiro, e se calhar também a série, para se poder compreender bem o nível do que se passou neste mundo, o impacto (literalmente) das mudanças e as consequências que elas têm para o, desde o início, frágil Shinji. No entanto o filme também pode funcionar sozinho, já que trata sobretudo da glória e queda da amizade entre este e Kaworu (um dos meus fofos). Num sentido mais lato, é precisamente sobre isto que o filme trata. E é por isso que o desenvolvimento do personagem, Shinji, funciona de forma tão intensa e envolvente. Shinji aparece quase como uma folha em branco perante o novo mundo e a evolução de adaptação para ruína conjuga-se com a sua personalidade inicial, fraca e dependente.

Mas talvez eu tenha esta impressão por ser fã incondicional da série original e me ser difícil deixar de comparar e de procurar mais detalhes nela.

Também me vai ser necessário comparar, desta vez com os dois primeiros filmes, no que respeita à animação. No segundo filme a minha impressão foi, ao minuto cinco "dou 9 ou 10 a isto?", simplesmente porque a animação estava tão fora de todos os parâmetros. Desta vez tal não aconteceu. Não existem tantas "lutas", como tantos fãs gostam de chamar e ver, mas para compensar temos um valor artístico incomparável aquando da composição das paisagens e dos personagens inseridos nelas. Alguns momentos são quase quadros, conceitos profundos e dolorosos que nos ajudam a compreender este novo mundo e acrescentam ao processo de (in)adaptação de Shinji.

A música é outro aspecto extremamente bem estruturado. Se ao início me parecia vulgar, assim que apareceram as peças a quatro mãos para piano mudei completamente de ideias. Não podia estar mais perfeita. Tive um bocadinho de saudades do violoncelo.

Até agora este remake está uma coisa do outro mundo. Vamos ver o que nos reserva o 4.0.

Resume-se numa palavra: bruto.

Asura

Asura
Satou Keiichi - Toei Animation
Anime - Filme
2012
5 em 10

Este filme é sobre um menino que come carne humana, num universo em que no Japão feudal está toda a gente a morrer à fome. Daí que comer carne humana até seja uma coisa bastante praticável. Ele tem um machado e é um bicho selvagem e descontrolado, que acaba por encontrar a redenção no seu convívio com uma jovem que o adopta durante parte do filme e nos encontros que tem com um monge budista. No fundo no fundo o filme quer dizer-nos que o menino, Asura (Ashura?) não é mau, apenas ficou assim por força das circunstâncias.

E consequentemente, o filme é previsível e quase patético na sua concepção. É uma história de tonalidade escura, mas não possui qualquer tipo de densidade que a pudesse tornar numa reflexão pertinente sobre o que quer que seja, vida, personagens, ideias, qualquer coisa. Não se percebe o que aconteceu a este Japão para estar toda a gente a morrer: não há uma explicação da situação em que nos encontramos e isso torna-a difícil de aceitar como verdadeira

A animação mete dó. Tal como em Tiger and Bunny usam uma mistura de CG com 2D. Mas simplesmente não funciona como devia. A animação 3D não tem volume e os movimentos parecem não ser influenciados pela força da gravidade. Há momentos a lembrar stop-motion, mas esta falta de "peso" nos corpos dos personagens tornam toda a experiência muito desagradável. Além disso os modelos não possuem textura, o que torna este filme de 2012 um revisitar de 2002. Isto já não deveria acontecer, com a indústria que temos e com os recursos que temos.

A música é apenas ilustrativa, com um tema recorrente que soa sempre a "o filme vai acabar agora". Tema esse que é um perfeito lugar comum, utilizado mais que centenas de vezes em mais que centenas de animes (só que com compositores diferentes)

Um desperdício de recursos que até poderia ter sido algo bom, se fosse só um bocadinho mais competente.

Death Billiards

Death Billiards
Tachikawa Yuzuru - Madhouse Studios
Anime - Filme
2013
7 em 10

Na sequência do projecto Anime Mirai, em que o governo Japonês apoia os novos realizadores a fazerem coisas giras (tal como o já citado Little Witch Academia) aparece-nos este pequeno filme, numa onda mais filosófica e contemplativa.

Um homem e um senhor velhote vão parar, sabe-se lá como, a um misterioso bar decorado com umas alforrecas num aquário. É-lhes dito que não podem sair dali até jogarem um jogo de bilhar. E que devem jogar como se tivessem a vida em jogo. E jogam. O anime foca-se sobretudo na visão do jogo do homem mais novo, o que torna o foco um pouco unilateral. Os personagens revisitam o seu passado (e aí percebemos também um pouco sobre o velhote) e o jogo desenvolve-se para além da mesa. Termina com algumas afirmações que, desesperadas, atentam sobre a vida em geral. Assim, temos um jogo psicológico muito interessante, se bem que foram as cenas de flashback que fizeram o filme para mim. Achei que as frases finais foram um pouco forçadas e que a conversa entre os dois bartenders quebrou um pouco a força das ideias que este anime tencionava transmitir. É certo que a situação referida (que não posso dizer, para não estragar) é mesmo um mistério, mas foi irritante não saber pelo menos o que disse o velhote.

A animação tem bastante CG, que não fica muito mal por causa da perspectiva em que é apresentado. A luta está bem animada, mas os fundos - bastante complexos, diga-se de passagem - acabaram por ficar com uma tridimensionalidade um pouco desagradável para o meu olho esquerdo (direito tudo bem). Banda sonora é quase nenhuma, apenas efeitos que acrescentam ao visual.

Mas é um filme muito interessante, pois é inesperado. Vale a pena.

24.4.13

Charlie is my Darling

Charlie is my Darling
 Peter Whitehead
Documentário
1966
6 em 10

Pois bem, estava eu a entregar currículos quando mi cosa bella me manda uma mensagem a dizer que vem ao S. Jorge ver um documentário. Contas feitas, é um documentário do festival Indie Lisboa! Viva! Fui ao Indie! E é um documentário sobre os Rolling Stones.

O documentário mostra alguns concertos, na Irlanda, alguns momentos em quartos de hotel (todos bezanos) e pequenos momentos de entrevista em que os membros falam da vida, dos seus sonhos, das suas atitudes em palco e fora dele e dos fãs.

É um documentário muito intimista, que agradará mais aos verdadeiros fãs de Rolling Stones (que não é o meu caso, conheço muito mal). É interessante ver como eram os concertos nos 60s e a falta de controlo que havia sobre os fãs, que chegaram a invadir o palco e a destruir tudo à sua passagem. Era perigo ser um ídolo nesta altura!

A música é a dos Pedras Rolantes, sim senhor, mas em interpretações que eu nunca tinha visto, o que traz uma plasticidade diferente à banda. Vemos aqui uma faceta diferente.

E a ironia, no fundo Charlie só queria ir para casa...

Auto-retrato do Escritor enquanto Corredor de Fundo

Auto-retrato do Escritor enquanto Corredor de Fundo
Haruki Murakami
2007
Autobiografia

Ofereceram-me este livro no Natal, certos de que eu - sendo fã das coisas Japonesas - gostaria de uma coisa Japonesa. Pensei "olha que livro tão inútil, para que é que eu quero saber da vida do escritor?" Mas surpreendeu-me. É muito interessante.

Porque este livro não fala sobre a vida do escritor enquanto escritor. Fala da vida dele enquanto maratonista.

Assim temos reflexões sobre a vida e a auto-descrição da personalidade do autor a passo de corrida, ilustrados pelas competições em que Murakami participou, aquelas que o marcaram mais. Fala da maneira como elas influenciaram a sua vida e fala apenas um bocadinho do porquê de escrever romances. O escrever romances não é a parte essencial deste livro, mas de certa forma senti-me mais perto do autor e motivada para trabalhar nos meus próprios projectos.

Achei um livro excelente, escrito com claridade, muito envolvente. Recomendo, até para quem não conheça o autor.

22.4.13

Falemos um pouco sobre o Senhor

Olá a todos.

Hoje vou tomar uns minutos, ou quiçá umas horas, para falar Daquele que é o meu Senhor e Salvador. O Profeta de tudo o que é belo e o Enviado de alguma parte para fazer o belo. Mas não se preocupem, isto não é (quase) nada de religioso. Pois o Seu nome é Gackt.

Vou tentar não me alongar muito, mas vou explicar um pouco porquê esta visão ilógica e surreal da Pessoa em causa. Vou dizer logo: eu sei que é apenas um ser humano. Conheço melhor que ninguém as suas falhas e os seus defeitos, sei perfeitamente que é um misógino terrível e que diz coisas horrorosas sobre alguns grupos de pessoas. Mas como em tudo, temos de aceitar os defeitos e aproveitar as qualidades para poder amar. Não é um amor romântico nem nada que se pareça, não sou daquelas que quer ir conhecer o seu cantor predilecto para depois o seduzir e se tornar numa groupie. Aliás, não tenho qualquer desejo desse foro em relação a Gackt e é uma perspectiva que me horroriza positivamente. Estou extremamente feliz com o que tenho (e não é pouco e é maravilhoso). Este é o amor que uma fã tem ao seu ídolo. Seja esse ídolo Jesus ou Michael Jackson, é um amor que apenas quem tem um ídolo pode compreender. É diferente. Mas vamos por ordem cronológica.

Conheci Gackt há cerca de nove anos atrás, mais ou menos 2004. Estava a falar no messenger com a Rose, uma amiga da internet que acredito que tenha morrido, pois desapareceu sem deixar rasto. A sua imagem era a de um homem asiático extremamente bonito. Perguntei-lhe quem era. "Haha, foste a primeira pessoa que não achou que ele era uma mulher!" Claro que não! Ela enviou-me duas músicas, a Blue e a Longing, e brevemente eu estava a sacar a discografia completa pelo Bittorrent. Foi a primeira torrent que eu saquei na vida. Ainda me lembro da primeira vez que ouvi. Foi a Longing e eu tinha-a no MP3 para ouvir um dia. Depois de ver tantas fotografias Dele, estava com medo do que seria a música. A voz surpreendeu-me. Mas gostei. E fui gostando cada vez mais. É o que gosto mais.

Era o meu sonho longínquo um dia ir a um concerto. Imaginava o que seria, o que faria, queria ser aquela fã maluca que depois aparece no vídeo às cavalitas de alguém. Mas era um sonho longínquo. Gackt não saía do Japão. Nunca sairia.

Mas um dia saiu. Quando li a notícia chorei da mais pura felicidade. Convenci um amigo e juntos fomos até Barcelona para um concerto da Tour Europeia de Gackt, I Love You All. A experiência foi diferente do que eu imaginava. A experiência foi espiritual. Se falar muito dela nunca mais saio daqui, por isso se quiserem saber mais podem ler a minha review do concerto no Livejournal e uma descrição mais detalhada da relação que isto tem com a espiritualidade no meu blog privado sobre religião e Paganismo Chiisana Inori (este blog está um bocadinho inactivo porque não tenho estudado como me comprometi a fazer, mas espero que quando me conseguir organizar possa voltar a ele). Enfim, contas feitas, foi o concerto mais importante da minha vida e mudou-me completamente como pessoa. Prova que lá estive?


Um ano depois, voltou, com a sua banda Yellow Fried Chickenz. Foi um concerto muito diferente, mas muito divertido. Dessa vez escolhi ir a uma cidade onde nunca tivesse estado e fui a Estocolmo.

Depois do primeiro concerto, fiz um Livejournal, por forma a poder contactar com a comunidade de fãs de Gackt. Há muitos tipos de fãs, o que é maravilhoso. Nenhum é como eu e somos todos diferentes. Para o futuro, gostaria muito de criar/pertencer a um fanclub de Gackt em Portugal, as Dears Portuguesas (Pears?).

Nos meus sonhos mais longínquos incluem-se coleccionar toda a merchandise de Gackt (já tenho bastante), incluindo o carro (o que vai ser difícil, há fãs casadas com homens muito ricos), oferecer-Lhe uma viagem de férias a Lisboa e beber um copo com Ele. Ou ser veterinária dos cães Dele. Haha. Ah, e ser uma Dear - isto é - pertencer ao clube de fãs. Mas é demasiado caro para mim neste momento.

Agora vocês dizem "ok, tudo fixe, mas que música é que este gajo faz?". Ou talvez "sim, tá bem, ouvi tipo três músicas dele quando estava à procura de Dir en Grey/Versailles/Moix dix Moix, o que é que tem de especial?"

Aparece a razão pela qual eu fiz este post. O Senhor, na sua simpatia, está a considerar fazer um album Best Of. Já fez um em 2011, mas o que é que isso interessa? Enfim, ele pediu às suas Dears que fizessem uma lista de músicas, para submeter aqui. Chama-se "Anata no Gackt", ou seja "O Teu Gackt". Assim, vou partilhar a minha lista com vocês. Eu oiço estas músicas. Quando estou muito feliz, quando estou muito triste, quando estou com saudades, quando estou deprimida, quando estou cheia de energia, quando me apetece. Sempre. Este é "O Meu Gackt".

1. Uma música para ouvir a conduzir

Wasurenai Kara (Porque Não Esquecerei)


É certo que Ele aparece a andar de mota no clip, o que inspira sempre a grandes conduções. A música dá vontade de correr, de fazer uma viagem muito rápida. E a própria música é sobre procurar o que se perdeu, sem esquecer. Uma viagem cujo o único destino é voltar a encontrar.
 
2. Uma música para ouvir depois de um desgosto de amor

Sayonara (Adeus)
 

Adeus. Esta música é tristíssima, mas também é lindíssima. Acabou. Existem duas versões, uma do álbum Rebirth e a outra do single Jesus, mas gosto muito mais da versão do álbum, pois o solo de violino tem uma vertente mais clássica. Nesta música também se pode ver o talento que o Homem tem para o piano, instrumento que conhece deste os quatro anos. Esta música em estúdio é um pouco diferente, mas achei que esta versão ao vivo é muito trágica e demonstra bem o quanto a canção nos parte a alma.

3. Uma música para ouvir quando se enfrenta um desafio

Dybukk
 

Então, estavam à espera que Gackt rapasse? Na verdade são o You e o Chachamaru, guitarristas da sua banda (You também violinista) e o Gackt é o falsete. Uma música bem agressiva, cheia de força.

4. Uma música que se canta sempre no karalhoke

Faraway~hoshi ni negai wo~ (Faraway~Desejo a uma estrela~)


Opá, esta música é tão infinitamente fofinha. E não é muito difícil de cantar (apesar da letra não ser simples, não tem palavras muito difíceis) E tem woos! E no folheto do single aparece o rabo Dele! Tiraram todos as cuecas! Woo!

5. Uma música para ouvir quando tens um novo amor

Another World


Esta é difícil. As músicas de Gackt são todas sobre o amor, nas suas várias vertentes (mesmo todas), mas são praticamente todas tristes. E um novo amor é uma coisa mesmo feliz. Por isso escolhi esta, que é sobre morrermos juntos. Que é a maneira ideal de se morrer. <3

6. Uma música para adormecer à noite

Shima Uta (Canção da Ilha)


Esta música é uma cover. Montes de gente faz covers desta música. Mas só o Gackt a faz utilizando instrumentos tradicionais e um estilo único do Japão. A Criatura é nacionalista como tudo, o que não acho mal dado que também gosta de nós de maneira igual, o que se revela na sua música mais do que uma vez. Escolhi esta música para dormir, porque é tão bonita que assim adormecemos a sorrir.

7. Uma música para ouvir quando estás triste

U+K
 
Oi? Como é que uma música tão feliz cheia de gatinhos (nyanyanya) pode ser uma música para ouvir quando se está triste? Podia argumentar que a música me faz bem disposta, mas isso não é verdade. A música faz-me chorar. Precisamos de um bocadinho de contexto: Gackt pertencia à banda Malice Mizer antes de se lançar a solo. O baterista dessa banda, Kami, faleceu vítima de um AVC, muito jovem. Em sua homenagem, o seu amigo compôs uma música sobre como nos vamos encontrar um dia outra vez, tentar ver o lado positivo de uma coisa que não tem nada de positivo. A cena dos gatos, dizem os rumores que foi uma aposta com Kami.

8. Uma música para ouvires quando queres energia

Vanilla
 
(Eu pus esta versão ao vivo porque tem o Gackt aos vinte e poucos anos depois de dar uns traços, a passar-se. Hoje em dia ele já não dá nos estupefacientes (desta maneira, que eu vi o DVD da I Love You All e vocês estavam-se a tripar, que eu vi) e nunca (nunca mesmo) se falou disso. Mas é claro e evidente que todos os membros dos Malice Mizer se estavam a alucinar e que os primeiros anos a solo também foram uma alucinação. O que eu acho muito bem!) Bom, esta música... Começava ser a minha preferida. Até que eu descobri a letra. Meu deus, esta música é uma badalhoquice pegada! Mas tem bué metais e um ritmo todo acelerado, dá para dançar assim com os braços no ar que é uma loucura! O que me recorda uma história: na primeira J-Rock Party, em Setúbal, estava cada um na sua mesa, tudo a morrer. De repente começou esta música e o pessoa pôs-se todo a dançar! Depois voltaram a sentar-se e tudo voltou à normalidade.

9. A song to listen to when you're feeling happy

Au Revoir

Falando dos Malice Mizer, aqui estão eles. Isto não era, nunca foi e nunca teria sido a banda do Gackt. Era a banda do Mana-sama e o Gackt era só um simples e vulgaríssimo vocalista. Mas é impossível falar de Gackt sem falar de Malice Mizer. Eu amo esta música de paixão. É um pouco triste mas acaba com "eu só te quero ter nos meus braços", o que é uma coisa bonita. Fico sempre muito feliz cada vez que a oiço.

10. Uma música para ouvir com a família

Stairway to Heaven


Digamos que a minha família não vai muito com a onda do Gackt... Mostrei a toda a gente, mas como não percebem as letras não conseguem gostar. Por isso fica aqui uma das maiores influências do Artista, uma que podemos ouvir com a família (pelo menos com a minha)

11. Uma música para ouvir cansado

Tsuki no Uta (Canção da Lua)
 

Esta música leva-me a pensar e a filosofar. Gosto de imaginar uma performance de teatro baseada no anime Texhnolyze (esta música é a ED), e vai ser uma coisa mesmo bonita. É uma música que relaxa e que limpa.

12. Uma música para ouvir numa má situação

Jesus
 
Esta música faz uma analogia com a situação de Jesus, na cruz, o que é uma... Má situação. Mas é uma música animada e electrizante, que dá energia para lidar com ela, acho eu.

13. Uma música para ouvir quando nos sentimos sozinhos

Kagerou  (Calor)

Composta pelo Chacha (Chachamaru), o guitarrista, mas simpaticamente cantada aqui pelo nosso Amigo. Acho esta música lindíssima e aquece-me por dentro. Quando a ouvi no concerto (o mesmo do vídeo, só que noutro país), pus-me a chorar compulsivamente. Senti-me a pessoa mais sozinha do universo, no meio daquela gente toda. E a música era a minha companhia. Senti-me tão feliz...

14. Uma música que é difícil de cantar

Papa Lapped a Pap Lopped  

Acho que toda a gente vai escolher esta música! Nem sequer sei dizer o nome! Chamamos-lhe Parappa em vez disso. Queria mostrar o vídeo Dele a dançar isto com a coreografia, porque o Homem dança tão tão tão mal e consegue fazer as coreografias que Lhe mandam (se é que não é Ele a inventá-las), por uma razão que me transcende. Mas não consigo encontrar o vídeo aqui pelo blogger.

15. Uma música para ouvir com um amante

Dears


 

Esta é muito, muito, muito difícil. Porque eu propositadamente nunca mostro Gackt a ninguém. É a minha cena, o pessoal não vai gostar, para que é que eu vou partilhar. E ao meu... Meu; eu nunca pensaria que alguma vez iria ouvir Gackt com ele. Mas ouvindo, acho que seria esta música. É a música Dele para nós, as fãs, e a maneira Dele dizer que até curte de nós. E eu curto do Meu. É isto o que lhe quero dizer. :)

Extra: Uma música para tripar

 Kono Daremo Inai Heya De (Neste quarto vazio)


Não tenho nada a dizer a não ser que amo esta música de cima a baixo.

E agora?

Agora, vão pegar em vocês, sacar a discografia e ouvir tudo, tudo, tudinho! Não? Não faz mal. :) Ficou por falar as bandas sonoras dos filmes e das novelas. Ficou por falar a primeira banda em que Ele era baterista, os Cains:Feel. Ficou por falar a super banda, S.K.I.N. Ficou por dizer tanta coisa. Mas fica aqui o meu contributo para o projecto Dele, que decidi partilhar porque... Porque sim.

Agora é a vossa vez de me contarem tudo sobre o vosso ídolo. Acho que toda a gente devia ter um. É pouco saudável, mas sabe tão bem...

Revista Banzai!

Revista Banzai!
Vários
Revista de Manga - Volumes 0,1 e 2/Infinitos
2010

Antes de mais começo por dizer que este comentário não tem por intenção magoar os sentimentos de ninguém. Tenho alguns dos contribuintes desta revista nos meus contactos, apesar de nunca falar com eles, por isso espero sinceramente que não se ofendam com nada do que eu vá dizer e que o usem de forma construtiva por forma a melhorarem a qualidade da revista e, assim, a façam vender mais e trazer mais fãs ao nosso pequeno universo e aos nossos eventos. Não que eu vá dizer coisas especialmente maléficas, mas fica o aviso e o pedido de não me encherem os comentários com o argumento "porque é que não fazes melhor?" Explico também porque é que eu não faço melhor: porque eu não sei desenhar nem escrever argumento de BD (mas irei aprender num workshop em breve). Mas por acaso até sei bastante sobre a teoria por detrás da criação destas coisas dos quadradinhos, porque em tempos eu pensei que sabia desenhar. E fartava-me de desenhar, sobretudo Neopets. Depois caí em mim e parei de fazer isso. Mas enfim, isso já são coisas que não interessam a ninguém.

Vou comentar cada uma das histórias conforme vêem no site. Para lerem a sinopse, peço que se dirijam ao dito. Vamos lá?

TMG - The Mighty Gang


Isto é um shounen inspirado, claramente, pelos shounens mais modernos de acção, mistério e poderes mágicos. No caso, os elementos. Acho que é uma história que não funciona bem neste formato, nomeadamente neste tipo de papel. O branco é demasiado branco e o preto é demasiado preto, o que faz um contraste um pouco desagradável. Este contraste predomina pela falta de sombras, trames (eu aprendi isto em francês, não sei o nome que as pessoas normais usam). Para ser sincera, foi a história que gostei menos e acho que vai ser a que vai durar para sempre, está-se mesmo a afinfar a ser shounen de longo curso. Não gostei do estilo e achei que houve momentos falhos em termos artísticos. O ambiente é frequentemente quebrado por piadas e expressões "engraçadas", até mesmo durante as lutas, o que me impede de levar a sério o que vai acontecer. Isto é, eu sei que se esta gente está a cair em grandes nuvens de fumo e a rir-se, vão certamente vencer o inimigo. Também achei especialmente parvo usar nomes portugueses para pessoas que não são portuguesas. Existe shounen feito de uma maneira mais interessante e acho que a autora devia procurá-lo para se inspirar.

Kuroneko


Eu quando li a Banzai #0, odiei isto por uma razão muito simples: as ovelhas não têm dentes na arcada dentária superior. Têm uma mesa dentária. Por isso, porque raio é que esta ovelha teria dentes afiados? Causou-me tal irritação que releguei esta secção como a pior da revista. No entanto, ao ler os volumes 1 e 2, isto apareceu-me de outra maneira. E tornou-se na minha secção preferida. Os desenhos são muito simples e têm traços fortes, pouco característicos do estilo manga. Isso torna a arte refrescante. As histórias são apenas pequenos momentos, tiras de três quadrados, e situam-se num universo surreal muito reduzido e muito delicado. Muitas das histórias não fazem sentido, mas de certa forma acabam por funcionar muito bem e transportaram-me para um lugar diferente. Um lugar onde só há um gato, uma ovelha e uma borboleta.

Miau Miau!


Num estilo artístico a dar mais para o shoujo, é uma história fatia-de-vida com gatinhas humanizadas. Isto é, às vezes aparecem com forma de pessoa, outras vezes aparecem com forma de gato. Esta primeira história foi sobre o banho do gato depois de ter sido apanhado da rua. É muito leve e claramente tem a melhor arte de entre todas as histórias, talvez por autora já ser profissional do manga antes de conduzir esta história. É divertido e é fofinho, uma espécie de Chi's Sweet Home com nekomimis. Achei apenas que as figuras humanas dos gatos são demasiado pequenas em relação à da dona. A menos que venham a crescer à medida que envelhecem, o que ainda não sabemos!

Pandora's Song
 

Sabem quando há um conceito que até é bastante interessante e depois a resolução acaba por ficar aquém do que podia ter sido? É este one-shot, sem tirar nem por. A história é sobre uma rapariga muda a quem aparece um anjo que lhe dá voz para cantar. Mas a arte é terrível. Eu percebo a intenção e acho que em certos casos as linhas simples funcionam muito, muito bem. Neste caso não. Os designs dos personagens foram inconsistentes e achei que o design do anjo foi um movimento péssimo, pois tirou toda a beleza ao momento na tentativa de o tornar mais engraçado. A história podia ter sido mesmo muito bonita, mas tornou-se vulgar e desagradável. O que é uma pena, sobretudo tendo em conta que uma série de pessoas trabalharam para produzir isto.

Sete Pecados


Uma arte bem moderna, mas também muito ocidental. Este capítulo serviu para introduzir os personagens, mas achei que acabou por ficar um amontoado de personagens que aparecem ali unidas por um quadro mas que... Como é que elas apareceram todas ali? Parece que foram atiradas para dentro do museu sem pensar muito nisso. Acho que teria funcionado melhor se tivessem gasto mais capítulos a introduzir as personagens com jeito em vez de as por todas num pequeno espaço "e agora amanhem-se e continuem a história". Fiquei sem ideia do que a história vai ser e os personagens apareceram uns a seguir aos outros com tal rapidez que acabou por ser difícil associar quem é quem.

Considerações Finais

Eu comprei o Volume 0 na Japan Weekend Lisboa, em 2010 (?). Ou 2011. Não me lembro bem da data, mas posso ir descobrir. Achei que foram os piores dois euros que gastei na vida, detestei a edição, achei que era um esforço ridículo, achei que esta gente desenhava toda pessimamente, que as histórias eram vulgares e parvas e tudo e tudo e tudo. Assim, quando apareceu a notícia do Volume 1, nem pensei em comprá-lo. A custar cinco euros e meio, ainda por cima, nem pensar. Acabei por ganhar os dois primeiros volumes no concurso da Nanothron. Até perguntei "quem é aqui a pessoa dos animus", mas a pessoa dos animus deve ter achado que eu estava a gozar com ela porque não quis desenvolver a conversa. 

Surpreenderam-me. Isto afinal, não é mau de todo. Tem coisas a melhorar, mas também tem coisas muito interessantes. Temos aqui artistas promissores, temos aqui ideias originais, temos ideias bonitas e temos capacidade narrativa. Todas espalhadas. Acho que a qualidade ainda pode melhorar e chegar ao nível de uma revista de manga Japonês, se bem que mais pequenina, mas estão no bom caminho.

Sinceramente, não sei se hei-de comprar o volume 3 ou não. Ofereci o 0 a uma amiga e ontem deixei o 1 e o 2 em casa de um amigo, para ele ter banda desenhada em estilo manga e ao mesmo tempo portuguesa na sua biblioteca. Se comprar o volume 3, acho que vou começar a fazer a colecção para o meu amigo. Mas e se ele não gostar? Talvez lhos peça de volta? Não sei bem. Mas isto não esgota, como se tem visto, por isso ainda vou a tempo.

A NCreatures, fundamento da revista, farta-se de promover actividades com os artistas em montes de ocasiões, incluindo festivais importantes (e coisas menos importantes). Sempre me recusei a ir por causa da impressão que tinha do volume 0. No entanto falei com duas das autoras no Iberanime, apesar de não saber quais é que eram, e ofereceram-me um desenho que está muito giro. Talvez ganhe mais desenhos nesses eventos? Talvez vá.

A revista Banzai! para mim, neste momento, é um grande talvez. Mas depois de ter aprofundado mais o "conhecimento" sou da opinião de que estão a fazer um excelente trabalho, sobretudo no que toca à divulgação.

Por isso recomendo, para que se apoie e indústria portuguesa e o nascimento de novos artistas nesta área que tanto nos apaixona.

Gravion

Gravion
Obari Masami - Gonzo
Anime - 13 Episódios
2002
5 em 10

Cometi o erro de ir olhar para a sinopse antes de começar a ver isto. Logo, comecei a ver isto sem o mínimo esforço para me concentrar. Mas não valia a pena de qualquer forma. É só mais um daqueles tristes casos em que não há nada que se aproveite. A menos que se goste muito de mecha (mesmo muito). Ou um bocadinho de ecchi.

Porque essencialmente é isto. Um rapaz feliz da vida está à procura da sua irmã e descobre as peças de Gravion, um robot gigante movido a gravidade (no dia em que a gravidade for força energética aproveitável, acabarão todas as guerras). Enfim, o planeta é todos os episódios invadido por uma maquineta alienígena e todos os episódios o nosso guerreiro e um grupo de miúdas montam o robot para lutar com ela. O nosso amigo conduz um pé, o que é de certa forma original.

De resto, não há nenhuma história nem nenhum desenvolvimento de personagem, nem nenhum nada. Só meninas fofas a correr de um lado para o outro e lutas entre maquinaria de guerra. Nenhum destes aspectos está especialmente bem animado. As cores brilhantes acabam por ser excessivas e perturbar o visionamento, pois é difícil de associar a identidade de cada personagem. Existem tantas meninas com tantas roupas diferentes que eu já não sabia quem era quem.

A música tem aquele ar vagamente épico que tanto gostam de meter no anime, mas não tem originalidade ou interesse de maior.

Um anime para passar à frente.

Hedwig and the Angry Inch

Hedwig and the Angry Inch
John Cameron Mitchell
Filme
2001
7 em 10

Tínhamos escolhido este filme da lista do IMDB de "Filmes para ver quando se está super alto". Já não estávamos tão altos assim, mas foi um filme deveras atrofiante.

Hedwig é o tipo de traveca que evoluiu ao ponto de ser transsexual. Sobrou-lhe apenas a "Angry Inch", conforme ela explica numa das suas músicas. Sim, porque Hedwig é a vocalista de uma banda cheia de agressividade e está a fazer uma tour pela América numa cadeia de restaurantes familiares. O que não se conjuga muito bem com a sua atitude, mas foi o melhor que se arranjou. Ao mesmo tempo, persegue o seu ex-amante, que lhe roubou as músicas e teve sucesso com elas (apesar de lhe faltar o charme). O filme intercala os concertos com a perseguição e com flashbacks estranhíssimos que contam a vida deste "it" e como se tornou num "hit" internacionalmente ignorado.

O filme é surreal. Os flashbacks são por demais bizarros e estão misturados com sequências de animação geométrica, baseados nos desenhos do diário de Hedwig, que não trazem mais sentido à história. Por vezes até o tiram. O filme atinge o seu ponto de non-sense na cena final, que acredito que seja um sonho em que a personagem se despoja da sua máscara para revelar que, na realidade, é apenas um rapazinho que gosta de rock ocidental.

Isto foi inspirado num musical, por isso é também um musical. As músicas variam entre as muito boas e as muito estranhas (como o caso da "I put on my wig", que tem karalhoke e tudo). Fica aqui um pequeno exemplo do que podem esperar:


E aqui fica demonstrada outra coisa que queria referir: o trabalho de actor. O realizador é o actor principal, na personagem Hedwig, e tem momentos extraordinários de travequice, sobretudo durante os concertos. Nas sequências de flashback nem tanto, mas o actor brilha dentro da personagem em algumas ocasiões e acho que vale a pena ver.

Mas não sei se o filme tem tanto impacto se não estiverem "super altos". Ou se calhar até tem, visto que ganhou uma série de prémios, incluindo no Sundance. Digam de vossa justiça!

Mr Bean em Férias

Mr. Bean em Férias
Steve Bendelack
Filme
2007
7 em 10

Era um momento verde. Depois de passear os freaks, vamos ver um filme. Escolhemos um, mas enquanto ele estava a sacar (e ouvíamos um concerto da Florença e das Máquinas, ai o vestido tão lindo) decidimos que íamos ver este primeiro.

É um filme que eu adoro. Mr. Bean é daqueles pequenos ícones da comédia britânica que serão sempre lembrados. E nesta última aventura, o personagem trás um conforto ao público. É um filme feliz.

O filme tem diversas perspectivas, sendo a mais original a câmara do Mr. Bean. Não tem nenhuma técnica especial, é só alguém a divertir-se com uma câmara de filmar. Assim, temos uma série de cenas que só aparecem no final, na estreia do filme em Cannes (spoiler: ele chega lá) e que dão uma graciosidade ao final que não poderia ser obtida de outra forma.

O eixo central desta narrativa é o actor. Rowan Atkinson (escrevi bem?) é um mestre na arte do teatro físico. Por todo o filme temos gags do género e todos eles são engraçados. Alguns são hilariantes, como o peditório na feira com a ópera. Deixo-o aqui, pois não consigo resisitir:


Enfim, um excelente filmezinho para estas alturas. Faz rir e faz as pessoas felizes. Queremos mais que isso?


19.4.13

Little Witch Academia

Little Witch Academia
Yoshinari You -  Trigger
Anime - Filme
2013
7 em 10

Todos os anos o governo Japonês dá alguns milhões de ienes para a indústria do anime. Nomeadamente para ajudar animadores em treino a fazerem a sua arte. Little Witch Academia é um dos resultados deste ano, que serão quatro ao todo.

E é um filmezinho cheio de charme, sem dúvida.

A história é muito simples e poderia ter sido mais desenvolvida. É o tipo de história que merece mais episódios. Mas é uma história amorosa, com personagens de que gostamos imediatamente, apesar de não sofrerem um desenvolvimento muito pertinente. Não é um anime que nos ensine grandes coisas sobre a vida, mas podia tê-lo feito, quiçá com um pouco mais de tempo.

O grande enfoque do filme, que só tem meia hora (diga-se de passagem), é a animação. Os designs dos personagens são muito simples, mas mexem-se com uma leveza quase humorística. Os grandes momentos estão no espectáculo inicial que depois se reproduz na luta com o dragão. É, literalmente, uma explosão de cores e de alegria. Adicione-se a música instrumental e temos um efeito espectacular. A música é muito simples e quase lugar-comum, mas funciona muito bem.

É muito curto, é um prazer de ver, recomendo.

Vassalord

Vassalord
Nakazawa Kazuto - Production I.G.
Anime OVA - 1 Episódio
2013
6 em 10

É, já há muitos anos, meu hábito nunca falhar um release da Aarinfantasy. É um grupo de subs com o qual simpatizo muito já que, ao participar no fórum, vejo as dificuldades porque passam. Além de que a própria Aarinfantasy é muito disponível. Por isso não perco uma. E aqui está Vassalord. De BL tem pouco, mas é bastante slashable.

É uma história de vampiros, muito sintética. A história aparenta ser apenas uma pequeníssima parte da fonte original (um manga, suponho), mas está bem estruturada. Os personagens são apresentados e definidos claramente e o desenvolvimento é rápido mas eficiente. Não existe grande desenvolvimento, por falta de tempo, mas aparentam ser personagens bastante divertidos. Esta diversão pode, por vezes, ser anti-climática. E porque é que o vampiro robot usa óculos? Já deveriam ter tecnologia para o por a ver bem... Será para o estilo?

A arte é limpa e fluída, com um grande destaque para as cenas de acção. Temos duas, a luta entre os personagens principais e a luta com a pequena vampira. Têm alguns momentos que não primam pelo detalhe, mas no geral dão para entreter.

A música tanto trás o clima como o tira. A ED foi quase uma música pop portuguesa dos anos 80, o que talvez até combine com o final leve e despreocupado.

Um OVA interessante para fãs do original e para fãs de vampiros bonitos.

A Caixa em Forma de Coração

A Caixa em Forma de Coração
Joe Hill
2007
Terror

Quando apareceu este livro no BookCrossing e me inscrevi para participar no BookRing (círculo de empréstimos) eu pensava que ia ser uma coisa completamente diferente. Não li a sinopse, fui pelo título. Assim, foi com grande surpresa que descobri que é um livro de terror!

Jude Coyne é guitarrista e vocalista de uma banda de metal. Ou era, os membros da sua banda foram morrendo. Um dia, compra um fato de um homem morto num site de leilões parecido com o Ebay. E com o fato vem o fantasma, para o assombrar. Assim se começa a desenvolver uma história de fuga do fantasma e sobre como o enfrentar para se livrarem dele para todo o sempre.

A escrita é fluída e interessante, mas o valor do livro encontra-se no desenvolvimento dos vários flashbacks que contam a história da vida de Jude, da sua namorada Georgia (ou Marybeth), da ex-namorada e do próprio fantasma. As histórias são por vezes contemplativas, mas o seu culminar é surpreendente. Na narrativa  nunca sabemos o que vai acontecer, mas a parte que me interessou mais foram os "sonhos" de Jude com interferências do fantasma. Também a própria natureza do personagem é interessante, eu pessoalmente nunca tinha lido nada em que o personagem principal fosse dumaw.

Sendo um livro de terror e tendo eu muito medo de filmes de terror, não estava nada à espera que o livro me assustasse. Seja anime, seja livro, não me assusto, com filmes é que não aguento. Mas a primeira parte do livro, até eles fugirem de casa, foi bastante perturbadora.

Manteve-me agarrada, apesar de ser tão inesperado. Bem bom.

18.4.13

Phantom - Requiem for the Phantom

Phantom - Requiem for the Phantom
Kamo Ayumi - Bee Train
Anime - 26 Episódios
2009
6 em 10

Um anime que me desinteressou logo ao minuto três. Apareceram umas mamas, que depois farão parte integral de uma personagem. Enfim. Isto é sobre uns assassinos da máfia. Um deles foi em tempos um pobre turista Japonês nos EUA que, ao assistir a um crime, foi apanhado e levado para ser lavado cerebralmente e se tornar ele próprio num assassino. Coisa que faz imenso sentido, certo. E o anime esforça-se por explorar a coitadinhez dos personagens e a sua relação, mas não o faz muito bem. E porquê? Porque "dois anos depois"... TORNAM-SE ESTUDANTES DA ESCOLA SECUNDÁRIA! O quê? O que é isto? Um disfarce? Mas que idade é que eles têm? Se isto é dois anos depois e eles estão na escola... São assassinos a soldo de quinze anos?

E foi neste momento, circa episódio 20, que tudo o que a série teria para me dar se desmoronou. Eu não consigo levar isto a sério. Uma história de assassinos que depois vira romance colegial que depois vira história de assassinos com romance colegial. É defeito meu, mas não sou capaz de acreditar que isto exista e que seja bem recebido pelo público em geral.

Em compensação, daí a nota que lhe dei, a arte e a música são bastante boas. A arte é muito moderna, com designs típicos da década e boas sequências de animação. As lutas são bastantes, há tiros, há facas, há murros, tudo o que o regular fã de shounen adora. Talvez seja por isto que a série foi bem recebida. Em termos musicais, temos uma boa ilustração do ambiente e participação de Ali Project, coisa de que gosto sempre.

De uma forma ou de outra, um anime execrável.

17.4.13

Como (Quase) Namorei Robert Pattinson

Como (Quase) Namorei Robert Pattinson
Carol Sabar
Romance
2011

Este é o meu subenire Brasileiro para a Ana! Com este título não podia deixar de o ler primeiro! Fica o comentário em espera até eu oferecer o presente para não estragar a surpresa. :3 Tinha-o visto à venda e amado o título (porque é simplesmente tão ridículo) e depois vi-o com desconto na Bienal do Livro de São Paulo. A empregada da loja disse que era super fofo e divertido, mas eu fiz questão de dizer que não era para mim xD

Ora portantos, Duda é uma Crepuscólica. Apesar de ter 19 anos, o que torna tudo um pouco improvável. E vai para os States. E lá conhece um gajo que é a cara chapada do Robert Pattinson. E apaixona-se por ele. E é isso. Entretanto tem três amigas doidonas, um Espanhol sensual atrás dela, um médico que lhe dá tchau na janela da frente e um stalker.

São 400 páginas muito engraçadas, mais compostas dos pensamentos pessimistas de Duda do que de acção propriamente dita. Duda lembra-me um pouco a Princesa dos Diários da Princesa, a quem todas as coisas acontecem e não sabe lidar com nenhuma. Escrito de maneira enérgica e leve, parece que estamos a ver a Malhação, mas com Nova York a fazer de cenário da Globo. Não está mal escrito, sem bem que por vezes Duda confunde tempos verbais no seu discurso. O facto de tudo ser narrado no presente dá uma dinâmica muito boa ao livro.

Existem alguns problemas. A infantilidade da personagem principal (também, estava-se à espera do quê de uma fã de Twilight?). A improbabilidade dos factos, sobretudo no final. A passividade de Pablo. O final feliz.

Mas ainda assim, deu para uma viagem de comboio muito agradável.

Vou agora escrever a dedicatória:

Vindo directamente do Braziw para a Ana Não-Crepuscólica. Mordidas Envenenadas <3

16.4.13

The Big Lebowski

The Big Lebowski
Joel Coen
Filme
1998
8 em 10

Mais um daqueles filmes que para mim acontece associado a grande carga emocional. Mas o filme não tem carga emocional nenhuma.

Jeffrey Lebowski gosta de se conhecer como "The Dude". Então um dia um grupo de niilistas, confundindo-o com um Lebowski muito rico, faz-lhe chichi no tapete. Na saga para recuperar o seu tapete, Dude vê-se envolvido com uma mala cheia de dinheiro, que se perde e que toda a gente quer encontrar. E procede-se a uma série de desgraças e de grandes alucinações. E coisas com montes de piada.

Tudo corre mal, mas tudo corre mal devido à natureza dos personagens principais. The Dude é um gajo permanentemente broado (que faz coisas bonitas, como tomar banho de imersão a ouvir o canto das baleias). O seu amigo é um tarado do Vietname que está sempre a falar do Vietname. A mim deu-me a impressão de que ele na realidade nunca esteve no Vietname... Depois há uma feminista maluca, um milionário, o ajudante do milionário, o amigo do bowling que nunca pode falar, uma série de gente. Todos muitos bem definidos. The Dude sofre uma evolução na sua atitude à medida que as desgraças vão acontecendo, quase se entregando ao desespero mas nunca perdendo a sua personalidade perfeitamente pacifista, em que o diálogo é sempre preferível ao conflito.

Temos sequências muito interessantes quando The Dude sofre as suas alucinações (sofre? Não sofre. Grandes trips.), com técnicas que são bastante incomuns na época. Diga-se de passagem, são um delírio. E todas têm bowling.

Rimuito, é essa a conclusão. Vale a pena, porque é uma comédia diferente.

13.4.13

A Vingança do Lobo

A Vingança do Lobo
Vítor Frazão
2009
Fantástico

Depois de tantos vampiros porque não variar e ler um pouco sobre os lobisomens? Doravante serão conhecidos por lobisomos, porque gosto mais. Este livro esteve verdadeiramente entravado, porque me apareciam sempre coisas prioritárias quando o ia começar e depois porque parecia que as páginas se multiplicavam e nunca ia acabar (um desses livros). Mas acabou. E, devo dizer, é giro!

A história é muito complexa, mas essencialmente segue a vida de Lance, um lobisomo meia raça que se quer vingar. Quer-se vingar dos Obliteradores, uns soldados drunfados com anfetaminas que matam os Ocultos, isto é, todas as coisas sobrenaturais. Mas a história não é contada apenas desta perspectiva. Também falam da perspectiva da polícia que se viu envolvida no meio disto tudo, da trama social entre os clãs de lobisomos, de uma vampira que tem um sonho, de uma feiticeira que tem uma filha. O livro muda de perspectiva, em termos de personagem, como quem muda de camisa. Todos os capítulos e por vezes a meio dos capítulos. A leitura é fácil e a história acaba por se tornar muito interessante por ter tantas facetas.

A descrição de cada personagem (e são muitos) é detalhada e minuciosa, por vezes pecando por excesso. O desenrolar da história é um pouco previsível, sobretudo se lermos a sinopse na contracapa, mas tem tantas maneiras de se olhar que se torna quase numa análise de cada personagem e dos seus valores. Existem muitas cenas de acção, que são coisas que me confundem bastante (mas é problema meu), que se desenvolvem muito rapidamente e, por isso, não me perturbaram a leitura. Mas um grande defeito. Que me perturbou grandemente. A revisão. Esta editora é bem simpática por editar tantos autores portugueses, mas as capacidades de edição parecem ser nulas. Este livro tem um abuso quase esquizofrénico de vírgulas e alguns erros ortográficos imperdoáveis, mas que acontecem. Só que não deviam passar na revisão.

O final deixa água na boca para uma continuação. Como isto diz em letras pequenas "Crónicas Obscuras", creio que isto é uma colecção. Ainda assim, não creio que vá investir nela. Vou oferecer este livro a quem tenha mais espaço e goste mais de lobisomos do que eu. :) (ah sim, este foi mais um dos que eu ganhei no concurso da Nanothron)

Iberanime LX 2013

Iberanime LX 2013

Ora bem, mais um ano, mais um Iberanime, vamos passar alguns momentos a falar dele? Vamos começar por uma coisa divertidíssima: eu não era para ter ido. Neste momento tenho no meu pulso uma pulseira que dá acesso aos dois dias. Fui abençoada pelo santo dos animuchos e uma série de coisas bizarras aconteceram, que passarei a relatar na primeira secção desta missiva:
O Drama

Tudo começou porque me quis inscrever para o CWM, Cosplay World Masters, já que não tinha grupo com fatos feitos pelo próprio para ir ao cosplay de grupo no Domingo. Então acontece que envio os meus dados todos, mais o meu material todo e mandam-me um mail a dizer, mais ou menos por estas linhas (tenho-os todos guardados a quem quiser as palavras exactas): "tu manda o material, mais um currículo de cosplay com cenas a que foste e os prémios que ganhaste, mais uma foto tua em cosplay, mais esta declaração assinada pelos pais". Iberanime, sabes que idade é que eu tenho? Eu se não vivesse em Portugal já tinha a vida feita! Enfim, lá mandei tudo (menos o papel assinado pelos pais, a minha mãe matou-se a rir quando lhe disse) e respondem dizendo: "isso é uma foto tua em cosplay? Manda mais fotos". Ora portanto, o Iberanime pensa que as pessoas andam assim vestidas na rua. Não seja por menos, vou mandar uma foto de cada um dos meus cosplays! Mais ou menos uma semana e meia antes do evento dizem: "manda uma foto tua em cosplay". Então, dotada de uma paciência caridosa, enviei mais três fotos. Dois dias depois dizem que não cumpro os requisitos de qualquer coisa, que isto é uma competição internacional e que não posso ir.

O que me deixou bem triste. Confesso que até deitei umas lágrimazinhas. Porque estão a deitar abaixo o meu trabalho, quando o meu fato - não sendo nada do outro mundo - até tem uma coisa ou outra que não são a coisa mais fácil de fazer. E porque não me deixaram fazer a minha declaração de amor ao mundo, nem a homenagem à voice actor da Meroko, que morreu no outro dia, nem me deixaram fazer figura de parva que - como sabem - é coisa que eu adoro fazer. Mas enfim, do mal o menos, já fica feito um skit para uma outra oportunidade.

Agora vamos à parte mais divertida. Outros cosplayers receberam o mesmo e-mail com a resposta negativa. Só que alguns já tinham sido aceites. Outros foram aceites a seguir. Depois de uma baralhação no Facebook, admitiram que foi um erro técnico. Mas admitem-se erros tão parvos como mandar mails às pessoas erradas num evento desta dimensão? Fizeram-me perder tempo a saltar por arquinhos, fizeram outras pessoas perderem tempo, puseram as pessoas em pânico durante um dia ou dois, isto não é tratamento a dar-se a quem nos alimenta. Mas nós somos pessoas muito boazinhas e acabamos todos por ir à mesma.

Pois bem, eu no epítomo da minha raiva magnânime enviei um mail a dizer "então boca, não vou, não pude comprar o bilhete mais barato então caguei". Não por estas palavras, claro, eu a falar normalmente sou um bocado mais educada. :) Foi a minha maneira de dizer "vão bardamerkel".

Passado uns dias (a história é longa, mas é tão surreal que acho que vale a pena) ligam-me a dizer "estás aqui inscrita para o casting da apresentadora, queres vir?". E eu, que já nem me lembrava que me tinha inscrito para semelhante coisa, disse "ah, mas entretanto já fiz planos, além de que tenho de fazer vídeos e não tenho tempo para isso". O senhor, muito simpático, afirma "já não é preciso fazer vídeos, vinde! Vinde!" Ao que eu digo "pois bem, mas como não comprei a entrada para o evento a tempo da promoção por *razão supracitada* a coisa fica um pouco fora do orçamento". Após um silêncio comprometedor o senhor diz "vou saber se as candidatas a apresentadora têm a entrada e depois volto a ligar".

Voltou a ligar.

Estava eu na cama. Tinha passado o dia todo na cama. A agonizar. Com febre. Com as amígdalas em chamas, toda eu em chamas, cada músculo do meu ser gritando enquanto os vírus os destruíam como bichos-da-seda nucleares. Por isso quando ele me disse que tinha a entrada no dia do casting eu respondi... Não sei bem. Eu não sabia se ia estar viva no dia seguinte (isto foi quarta), quanto mais no Sábado! Bem, ficou combinado que eu ligava a confirmar se ia ou não. Espontaneamente melhorei e confirmei na Sexta que ia.

Entretanto, enviam-me um mail do CWM a dizer que excepcionalmente me oferecem a entrada no evento. Não respondi porque já tinha combinado com o senhor dos castings.

Chegada lá hoje o meu nome tinha escrito à frente "Dia 5". Pelo que tenho entrada para 5 dias. Pelo que me deram a pulseira dos dois dias. Pelo que posso lá entrar nos dois dias.

E assim termina a história. Nota para o senhor do Iberanime que me tratou sempre por tu (é coisa que eu acho sempre muita graça) e que se despediu sempre com beijinhos. ^___^

Esta imagem resume o que eu tenho a dizer sobre a situação. Simplesmente não sei.

Bem, contada a história, que foi bem longa (mais do que o que eu estava à espera), vamos estabelecer as condições em que eu fui ao evento. Amigdalite, mas tenho tantas saudadinhas que beijinhos até às 4 da manhã. Portanto, 4 horas e meia de sono. E antibióticos. Felizmente não tinha bebido (quase) nada no dia anterior. Teria sido catastrófico. A minha mãe teve de me dar boleia, porque me esqueci do evento quando estava a tomar banho.

Dia Primeiro

Cheguei lá esbaforida, tinha combinado com o senhor do casting que era às 11:00 na banca oficial. Uma fila fenomenal, que ia quase até ao Vasco da Gama. Que eu ultrapasso rapidamente. Digo ao segurança "tenho um concurso lá dentro, tenho de estar lá às 11, o que é que eu faço com esta fila?? @__@" Ele diz para eu falar com o outro segurança que está a mandar as pessoas entrar. Eu mesclo-me com as pessoas que estão a entrar mas o homem não deu por mim. E assim passei à frente de umas boas centenas de pessoas. Desculpem.

Banca Oficial. Encontro a outra candidata a apresentadora, falando com o Cuca que domina o Iber todo. Ninguém sabe o que é para fazermos, mas vamos encontrar alguém que saiba. Passado meia hora, que utilizei para seduzir a outra candidata mais as pessoas todas que estavam com ela (que apresentarei de seguida), insisto com a senhora da banca. Aparece o apresentador oficial, o nosso equivalente macho. Sendo só duas cada uma vai apresentar um ParaPara e é só isso.

E assim começa a minha aventura com os meus novos amigos =D  São eles a Filipa (a outra candidata), o Pedro, o Gustavo, a Sara e a Nádia. Andámos sempre mais ou menos uns com os outros e foi mais agradável do que andar sozinha. Eles irão aparecer em muitas das minhas fotos. Ah sim, a minha câmara é uma espécie cócó e esteve a atrofiar-se a manhã toda. Comprei-lhe umas pilhas novas e tive de lhe tirar o cartão para funcionar. Como sempre as minhas fotos não são nada de jeito, mas já as veremos a seguir.

O dia foi passado a analisar o espaço: pela primeira vez num Iberanime pareceu-me muito bem aproveitado. Havia um palco principal para o cosplay separado do resto do recinto, o que isolava bem o concurso. No entanto acho que as cadeira não foram uma boa ideia. Muitas bancas de lojas no andar de baixo. Nem olhei para elas, sinceramente. Não estou com finanças para andar a gastar em coisas não planeadas. Uma secção de jogos que estava a fazer passatempos. Não participei, não queria um porta-chaves. Banca da ACP, a aceitar sócios. Não me inscrevi, mas hei-de me inscrever (e comprei uma rifa). Bancas de vários desportos Japoneses. Pareciam não estar a ter muito sucesso, amanhã hei-de ir falar com eles. Banca da Embaixada do Japão. Tenho de ir lá, passou-me ao lado. Gente a lutar com espadas de esponja. Sinceramente, parece-me um desperdício de espaço que podia ter uma banca a vender merchandise de Gackt a preço da uva mijona. Banca do Panda Biggs, que tinha uma coisa para as pessoas andarem à roda. Nem me aproximei, essas coisas fazem-me impressão. Espaço vazio ao lado (porquê?). Palco secundário, aka palco amarelo, com muitas actividades a decorrer. Assisti ao treino de Kendo, que me pareceu interessante, e participei no ParaPara (na condição de apresentadora). No andar de cima, bancas dos artistas, muitas e bem recheadas; karalhoke (ainda sem José Cid, nunca mais aprendem!); umas pessoas a montar edifícios em lego (?); jogos de tabuleiro (irei lá amanhã ver se jogo um bocadinho de RPG: foi o compromisso que perdi para ir ao evento). Havia ainda mais em cima, mas só descobri mais tarde.

Mas agora um defeito: demasiada gente. O espaço não está concebido nem desenhado para ter tantas bancas a ocupar chão e tanta gente a andar de um lado para o outro. A comida estava numa zona de passagem, pelo que a fila tornava aquelas escadas quase intransitáveis. Eu acho isto fabuloso: então temos eventos de 3€ às moscas e um evento de 13€ está pelas costuras? São mistérios que eu não consigo compreender. Tirar fotografias às pessoas era uma complicação, porque em qualquer sítio perturbava a passagem das pessoas. O andar de cima parecia um tremor de terra. Estava um calor que não se podia e tresandava a ser humano por todo o lado. Mas o calor também foi derivado à roupa que eu levava: não acreditei na andorinha que vi na sexta-feira à tarde e fui demasiado agasalhada. Depois a cena das reentradas. Eu estava na boa, tinha a pulseira, mas o meu pessoal não! Primeiro podia-se reentrar, depois não, depois sim, uma confusão com grandes filas de espera. E apesar de estar muita gente não me pareceu ver muito cosplay. Muita "moda alternativa" (ou o que pensam que ela é). Estava lá um senhor com um cãozinho, sorte que pouca gente o viu porque senão ele não tinha saído do mesmo sítio nunca. Era uma mascote que faz meninas mágicas!

Estava tão cansada, tão cheia de calor e tão cheia de sede que me fui embora pouco depois de ter feito de apresentadora. Perdi o CWM, mas sinceramente acho que prefiro ver em casa que posso fazer intervalos entre cada skit. Quando estiverem os vídeos online farei o meu comentário habitual (pensavam que se safavam? Népia) Quanto à apresentadorazação... Pediram-me para por o pessoal a fazer barulho e só isso. E foi o que eu fiz. Depois dancei a dança Parapara no palco. Matei-me toda. Saí de lá autosuicidada. Mas acho que se houvesse isto num ginásio era capaz de ser giro. E é capaz de haver, a Manz (donos do Iber) são pessoal do desporto. E o gajo que lá estava a mostrar a dança tem de ser do desporto, ou não aguentava. Eu em três minutos ia morrendo, quanto mais ficar ali meia hora!

Depois descobrimos que havia mais uma candidata, mas não cheguei a vê-la. Espero que lhe tenha corrido bem. À Filipa não foi muito fixe, porque ela foi dançar e magoou-se no processo...

Os meus troféus do primeiro dia são um phone-strap com um passarinho azul, um António e um pin de Sailor Moon. Deixei encomendado um desenho à artista cujo estilo gostei mais, que irei buscar amanhã.

Questão importante: O que é um António?
É isto e custava 10 cêntimos, feito na hora pelas artistas:
Não faço ideia do que seja, mas é um António e tem um bigode. E sinceramente acho que todos deviam ir amanhã pedir um António para cada um. Quem é que no seu estado psicológico normal se vai negar a ter um António? Eu não!

Vou agora colocar as minhas fotos preferidas do dia de hoje. Quando tiver as fotos dos dois dias porei aqui um link para sacarem tudo. No geral foi um evento que se passou bem, mas não pelas actividades: pelas pessoas com quem estava. E pela multidão de pessoas conhecidas e amigas que encontrei! Peço desculpa ao AnimaniaPT, porque me esqueci do meet, e ao Apokas, porque ele tem coisas para eu comprar e eu me esqueci completamente também. Amanhã haverá mais e poderei redimir-me em condições (isto é, uma noite bem dormida)

Fotos do Dia Primeiro
(as favoritas)

 Este gajo era bué perturbador, porque simplesmente ia para os sítios e ficava lá parado.


 Eu entre duas coisas fofas


 Para quem diz que o pessoal famoso do cosplay não se diverte, ide para o cacete. :>

 Probs o melhor cos que lá tava

 KURISUTINA!!



Dia Segundo

Por misteriosa razão acordei bem cedo, bem disposta, saudável e brilhante. Por isso segui logo de manhã. Mmm, que estranho, a pulseira já não era activa. Tinha de ter um bilhete. Então deram-me um bilhete (lembrem-se que tenho entrada para cinco dias). Depois contaram-me que toda a gente tinha bilhete, incluindo o staff, pessoas das bancas e empregados das lojas. São tão espertos... ºvº

Enfim, hoje o dia teve menos actividades (ainda). Inscrevi-me na APC (não ACP), apanhei algumas coisas das bancas da cultura Japonesa (embaixada do Japão e Kendo, que é um desporto que me interessa bastante), apanhei uma fanfic de Dragon Ball que estava na banca de Dragon Ball (porque é que existia uma banca dedicada a um único anime é coisa que me transcende, mas venham fãs venham que é o que a gente precisa). Encontrei-me com a Filipa e o Pedro e depois encontrei o João e o Bruno, do AnimaniaPT. Tirámos uma foto, com a Aya também, que colocarei aqui quando aparecer online. Mais umas moças do Algarve e foi muito boa companhia para o almoço. Mais uma vez, hamburgueres. Adoro esses bichos.

De todas as actividades só queria mais ou menos ver o cosplay de grupo. Mas chegados lá vimos que... Bem... Non. As primeiras filas eram cadeiras, pelo que ninguém se podia sentar atrás delas ou ficava sem ver nada. Por isso fomos embora para a mesa de roleplay!

E, sinceramente, foi do melhor. Jogámos Fighting Fantasy, um RPG de fantasia ao estilo Dungeons and Dragons mas mais simples. Era uma versão com uma aventura introdutória, mas não fiquei até ao fim. Nem dei pelo tempo passar e foram horas! Desta vez eu era um anão, conhecido por Gil. Um anão tão cabeludo que não se via a roupa, mas usava um chapéu. Era um anão da montanha, de uma raça ágil mas conhecida pelas suas características na apanha e recolha de fruta. Está aqui a ficha (e o retrato) dele:


Enfim, foi um dia bem passado. Desta vez estava menos gente, por isso deu para tirar mais fotos. A minha colheita deste dia foi o desenho que tinha mandado fazer ontem e a colecção da Guerra dos Tronos (que comprei em privado, tráfico de influências e coiso). Vejam o desenho!


    Eu pedi um desenho baseado numa história que escrevi, A Sereia de Cacilhas. Podem lê-la aqui. Eu expliquei "o homem do cacilheiro é amigo de uma sereia", mas a moça nunca tinha andado na Transtejo, por isso o senhor do cacilheiro ficou um pouco diferente da realidade. Haha! Ainda assim está bem giro, é um estilo que gosto!

Ah sim, a quem estiver interessado em saber: nunca mais soubemos nada do casting da apresentadora. Fui perguntar à banca oficial do IA e ao Ricardo (o apresentador oficial do IA) mas nenhum deles sabia nada de nada. Ele ainda sugeriu escolher uma coisa para eu apresentar, mas não sabia das outras duas candidatas e não seria justo se elas não viessem. Questiono-me o que vai acontecer. Fiquem mas é com as fotos do dia de hoje!

Fotos do Dia Segundo
(as preferidas)

 Bruno e João, Aniki e Okariiin








E agora vão dizer que querem TODAS as fotos, né? Pois aí vão elas! Mas estão terríveis, estão todas desfocadas. Não sei, não sei tirar fotos, literalmente. Não é a fingir. Mas tentei? ;__;


Agora só falta comentar os sukitos, coisa que irei fazer quando estiverem disponíveis/eu os encontrar. Até lá, tomem uma foto de jeito.


E agora, tinham pensado que eu me ia esquecer de comentar os cosplays? NON. Vamos lá, com o disclaimer habitual: isto não é para magoar, ferir sentimentos, gozar, maltratar ou outras coisas acabadas em ar (ou er), mas funciona sim como crítica que será construtiva se interpretada correctamente. Sei que me estou a arriscar ao fazer isto, mas faz parte da minha missão pessoal (hululululu). Bora.

Cosplay World Masters

Ora bem, como puderam ler acima na primeira secção deste post, era aqui que eu queria ter participado e não como espectadora. Não me deixaram. E, venha o mistério, não esgotaram o limite de entradas. São assim tão bons que não deixem os cosplayers portugueses participar, favorecendo um grupo de estrangeirada a quem a viagem lhes foi oferecida? Estamos a pagar entrada para a estrangeirada vir cá olhar para o rio? Mas o que é que é isto? Preferia eternamente um concurso só com portugueses com cosplays "menores" do que um grupo de estrangeiros com cosplays "superiores" de que ninguém, sinceramente, quer saber. Isto não é competição nenhuma. E é perfeitamente indecente que numa "eliminatória" portuguesa o português que vai à "final" seja um camone! Mas que concurso é este? Estão a brincar connosco, só pode. Sugiro ao Iberanime que faça uma carta de intenções clara, porque "concursos" que estão para além da nossa compreensão não têm piada. Mas deixemos isto de lado, são claramente efluxos de uma falhadita com o rabo dorido, claramente, claramente. Vamos passar a outras dores. Ou será que não?

Os vídeos são todos cortesia de Blake Shake no Facebook. Não trazem os nomes dos concorrentes nem muito mais detalhes, mas ainda assim agradeço imenso que os tenham posto online. Obrigada. Ah, além do mais os vídeos estão incoláveis aqui no blogger, por isso ficarão só os links, o que é um formato um pouco desagradável mas é o que se consegue.

For all the dear camones that participated: I don't know who you are based off the videos, so if you want your comment in English feel free to message me :)

Harley Quinn

Sim, o vídeo tem muita piada, é tudo um sonho, bom conceito, mas achei que não canalizou bem a personagem e que a dança não foi nada de extraordinário. Menos vídeo.

Fairy Tail

Um minuto e quarenta e seis segundos de andar aos pulos pelo palco não constitui skit de cosplay.

Kingdom Hearts

Ao início pareceu-me um pouco insegura, mas assim que passou para a segunda fita mudei de ideias. É uma ideia muito usada, mas que funcionou bem. Uma pena que a cor das fitas se misturasse com as cores do vídeo atrás, se fossem mais vibrantes creio que o efeito teria sido mais espectacular.

Halo

Bai, um skit só pelo fun. Tá bem. Imagino que mexer-se dentro daquela armadura seja difícil.

Assassin's Creed

Bai, outro skit só pelo fun! Mas este teve  mais piada, porque tem mais que ver com o personagem em causa. Se bem que a coreografia estava um bocado mole...

Final Fantasy X

Este tem uma história, e montes de coisas que se mexem. Não percebi o porquê das bolinhas com as fitas. Mas de resto até não foi desinteressante. Wee!

Vampire Knight

O início, mesmo início inicial, foi muito expressivo. Adorei! Mas a partir do fim do início, começou a ficar vago demais e acabou por não transmitir com exactidão o objectivo do skit (que creio ser o desespero da personagemquenãomelembraonome por sangue, certo?) Só o vídeo o transmitia e não acho isso muito positivo.


Deadpool - Tiago Penim
Este eu sei o nome porque conheço o jovem em questão, participámos no Eurocosplay do Portusaki em 2012 :3

Yaay, uma cena diferente! Mas não sei, será que standup comedy funciona quando está gravada? Pelos vistos... Mais ou menos.

Yu-gi-Oh!

A ideia está muito boa, mas ela fica demasiado tempo a olhar para o nada sem fazer nada  e vídeovídeovídeo, eu não paguei (bem, não paguei mesmo) para ver o vídeo. E sujar o palco todo, não é boa onda.

Clover

Finalmente um skit em que o vídeo está realmente bem usado e complementa verdadeiramente a performance no palco! Boa expressão e efeito nas asas interessante.

Gankutsuou

O efeito da capa foi bonito por momentos, mas depois ficou extremamente confuso com as luzes e o vídeo por trás. Deverei culpar os técnicos de luz?

Conclusão

Para concurso internacional e de "renome" e de tanta "importância" que os cosplayers "menores" não puderam participar... Não foi nada de especial. Sei pouco sobre fatos, mas poucos vi que tenham sido extraordinários. Sei algo sobre skits e poucos vi que tenham sido extraordinários. Iberanime, perde a mania das grandezas, que se é isto o que tens de melhor, não vais lá. Podes trazer os estrangeiros que quiseres, em Portugal há quem faça bem melhor, não só em termos de cosplay mas sobretudo em termos de ESPECTÁCULO. E não sou eu, lol. Não é o espectáculo que vocês querem? Para entreter pais e filhos? Então deixem quem o sabe fazer participar.

Cosplay de Grupo

Este vem dividido em duas partes.



Precure - Muito bem ensaiado. Acho que teria sido mais divertido se a coreografia não estivesse a passar por trás, mas mesmo assim acho que um vídeo cheio de cores ajudou a manter o foco.

Touhou - A primeira parte foi confusa, mas a segunda já foi mais expressiva, se bem que me parece que a luta podia ter sido um bocadinho mais violenta.

Beelzebub - O audio percebe-se muito mal, por isso não percebi a razão das danças. Ainda assim, estão bastante seguras.

Vocaloid - Coreografia confusa, por vezes difícil de ler as legendas.

Assassin's Creed - E neste está a minha amiguinha Aya! Weee! Bom, a luta tem os seus momentos, se bem que aquela capinha estava a incomodar como tudo. Se fosse uma luta real já o gajo estava morto, de tanta vez que acidentalmente lhe espetaram a espada. Depois o audio está absolutamente incompreensível, mas a entrada do terceiro personagem está muito engraçada.

Vocaloid (outro grupo) - Que vocaloids são estes? Nunca os tinha visto! Enfim, infelizmente isto está muito mal sincronizado. É certo que não eram para ter as duas coreografias iguais, mas ao menos o objectivo devia estar minimamente semelhante. A fúcsia (azul? verde? roxa?) parecia estar a fazer o frete da vida e a amarela abanava-se com a fé toda, assim um par não funciona bem.

Sword Art Online - Espera aí, eu conheço-te, não conheço gajo? ~_~ Não interessa. Fartei-me de rir. Tive pena de não perceber o audio.

Vocaloid (mais outro grupo) - Gostava mais que tivesse sido tudo sem falas. A expressão do Kaito está impagável. Para tudo o resto há Mastercard.

Naruto - Não compreendo o audio. Mas o "boneco" está muito engraçado. E mandar foda-ses tem sempre piada.

Green Arrow - Olá outra vez Tiago. A luta está bem coreografada, mas um pouco longa demais. A entrada da personagem final foi uma surpresa. Mas porque é que deixaram o mercenário ir embora, não fazia mais sentido matá-lo? Estes comics...

Conclusão

E foi num concurso não internacional, sem estrangeiros, com fatos "menores" que se viram coisas mais interessantes, com mais graça e com mais conteúdo. Com mais espectacularidade também. Aprendam.
E este é o final absoluto do post sobre o Iberanime. Até para o ano (ou para a semana que vem, que é a Anicomics...)