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29.2.12

À Procura de Nemo




À Procura de Nemo
Andrew Stanton & Lee Unkrich
Animação Ocidental  - Filme
2003
8 em 10

Depois de nos enfardarmos de bolo espacial o que fazemos? Vemos o Nemo! E ainda bem que vimos, porque é um filme verdadeiramente encantador. Talvez tenha sido efeito do bolo...

Nemo é um peixe com uma deficiência física com um pai super-protector. Ora, Nemo quer ser rebelde e por isso amanda-se para o meio do mar, onde é capturado por um mergulhador que considerou que estava a fazer bem apanhar um peixe tropical e metê-lo num aquário de água quente salgada (dificílimo de manter, por acaso, e por acaso o filme não retrata bem a trabalheira que é ter um aquário destes) Marlin, o pai, atira-se então numa demanda louca para encontrar o seu filho. Entretanto arranja a ajuda de Dori, um peixe que se esquece das coisas com facilidade.

A história já de si é original, a luta de um pai para salvar o seu filho (e não o contrário, veja-se bem), mas o que realmente é vencedor neste filme são os personagens. Sendo que cada um começa como um estereótipo definido, evoluem de forma a adaptar-se às várias situações que aparecem. Assim, se no princípio temos um pai neurótico e uma mulher distraída, no fim temos um pai neurótico que consegue ver o lado positivo das situações e uma mulher distraída que se consegue concentrar para atingir um objectivo. Esta evolução é também feita pela interacção entre os personagens, a dedicação de Marlin e a positividade de Dori que influenciam o comportamento um do outro.

A animação está muito bem conseguida e há cores muito bonitas. De facto, as cores utilizadas em cada ambiente transmitem uma atmosfera perfeita. A alegria do coral, o calmo perigo do campo de minas, o deprimente dos canos de esgoto dominados por caranguejos.

A parte menos interessante talvez seja a pequena aventura do próprio Nemo, talvez porque os personagens que lá estão não sejam tão humanos como os que estão no mar. Se calhar isto até foi de propósito, para caracterizar a perturbação mental desta gente.

Cenas extremamente engraçadas povoam todo o filme, mas também há momentos de seriedade que atingiram o seu objectivo.

No geral, um filme recomendado.

E manter sempre a positividade. "Eu tenho 150 anos e ainda sou um chavaaaaloo"

A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo




A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo
Stieg Larsson
2006
Policial

Eu sei que li outro livro entre o primeiro e o segundo Millenium, mas já não me lembro qual foi. Assim, fica aqui a review deste, desde já!

Se o primeiro Millenium foi um policial altamente complexo com requintes de malvadez, este livro é sobre espiões. Começamos com Lisbeth Salander a fazer férias tropicais e a enfrentar tempestades e acabamos com uma perseguição policial a escalas desproporcionais. Os primeiros capítulos caem bem, mas não têm continuação. Quiçá seriam o mote para um quarto ou quinto livro, mas eles nunca vão existir - pelo menos sob a alçada de Larsson - por isso ficam com sabor a assunto pendente. O que é um pouco desagradável.

Neste livro são-nos introduzidas duas novas perspectivas. Não é só Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander e a Millenium. São também a polícia dos bons e a polícia dos maus. E a polícia dos que não são bons nem maus. Uma série de novos personagens aparece e cada um deles é único. Nisto a saga Millenium continua perfeita. Tudo está feito de forma extremamente detalhada, mas sem aborrecer e sem abusar. Dão-nos todas as informações essenciais para formar a imagem perfeita, mas não dão informações a mais que acabam por tirar as atenções do mais importante.

Não sei se me agradou muito a história dos espiões, mas é sempre bom conhecer um bocadinho mais de Lisbeth Salander. De certa forma, ela evoluiu como personagem entre o primeiro e o segundo volumes, tornando-se um pouco mais próxima dos outros e manifestando por eles sentimentos que não raiva.

Cenas de acção suculentas, sobretudo a luta final contra o grande nemesis dos espiões russos, com uma pitada de crítica à sociedade "perfeita" que é a Suécia.

O primeiro continua a ser o meu preferido, mas este também é muito bom. É muito diferente, mas escrito com igual talento.

15.2.12

Yu-gi-Oh: A Minha Fanfiction Secreta

E AGORA PARA UMA COISA COMPLETAMENTE DIFERENTE.

Eu até hoje escrevi quatro fanfictions. Duas foram fanfictions para uma das minhas histórias (o que não faz grande sentido, porque fui eu que as escrevi) e falavam da relação entre Yakul e Altayr, que são gajos bastante sensuais. Outra foi uma fanfiction para Absolute Obedience e pode ser encontrada aqui: http://ladylouve.deviantart.com/gallery/?q=whip#/d1bxs3x E a outra...

Bem, eu não escrevo fanfictions, como podem ver. Também não as leio. Não gosto, no me gusta, je n'aime pas. Eu acredito que devemos criar os nossos próprios personagens. Mas, como bem sabem, eu sou uma hipócrita. Nunca faço nada do que digo. Por isso tenho estado a trabalhar numa fanfiction. Há cerca de 7-8 anos que estou a trabalhar nela, talvez mais. É uma fanfiction de Yu-gi-Oh e, motivada por uma pergunta da Catarina Brás (Cat-sama no deviantart a quem quiser ver seus cosuperes), vou revelar aqui, neste mesmo blog sobre coisas que faço quando não estudo, vou revelar aqui os trâmites gerais deste épico das fanfictions. Vocês decidem se a escrevo em definitivo.

Preparados? Sigam o coração das cartas.





Esta história é à volta da vida de Seto Kaiba e passa-se cerca de 20 a 30 anos depois da série televisiva. Muitas coisas aconteceram, mas o essencial é que Kaiba voltou a dominar a sociedade da Kaiba Corps e se tornou no seu maior accionista e CEO. A Kaiba Corporation evoluiu, tal como todas as empresas, e apesar de ainda se dedicar às cartas, tornou-se na mais influente empresa no mundo dos jogos e brinquedos, com diversas fábricas a operar por todo o Japão e, pontualmente, na China e Brasil. Kaiba, é portanto, um magnata do reino do entretenimento digital. Por puro passatempo, além das suas funções na direcção da empresa, desenha as novas cartas Yu-gi-Oh, das quais a Kaiba Corps detem a totalidade das acções e que passou a produzir. Elas já não estão muito na moda e quase ninguém as joga, mas ainda se fazem edições comemorativas e o campeonato nacional mantém-se, com cada vez menos participantes. Seto Kaiba é um homem de muitos talentos. Descobriu ao longo dos anos que tem jeito para o desenho e para a música, pelo que adquiriu um piano para o seu escritório que lhe serve como método de relaxamento quando está demasiado cansado para pensar claramente. Seto Kaiba também descobriu que tem a lábia de um macho alfa e que qualquer mulher com quem fale poderá, em poucos minutos, ir parar à sua cama (ou à de um hotel luxuoso). Assim, passa grande parte do seu tempo a trabalhar e a fazer uso dos seus olhos azuis em bares da cidade onde está sediada a sua empresa e de Tóquio. Ele vive numa penthouse no topo da sede, pelo que não tem de se deslocar para trabalhar. Ainda assim possui um par de carros de alta cilindrada que conduz raramente e a velocidade moderada. Seto Kaiba não é um homem de excessos. Raramente bebe mais que à conta, raramente gasta mais que à conta, raramente faz grandes loucuras. Fá-las quando está para isso, mas quase nunca está para isso porque, como workaholic inveterado, o trabalho é a sua maior preocupação. Não descura do seu aspecto, mas continua a preferir os longos casacos e as camisolas de gola alta.

Já Mokuba Kaiba se tornou num homem diferente. Para começar, cortou o cabelo. Isto é uma coisa muito importante. O puto ranhoso que estava sempre a ser raptado é agora o principal recurso da empresa para os aspectos legais. Não sem alguma dificuldade, porque tempos de estudante são sempre difíceis, concluiu o curso de Direito e dedica-se ao direito empresarial e administrativo, da perspectiva da empresa da qual é o segundo maior accionista. É tão simpático como era em criança, mas também descobriu que os olhos claros trazem muitas vantagens no que respeita à companhia feminina e usa (e abusa) dessa qualidade muito frequentemente. Quando não está a trabalhar pode ser encontrado no seu quarto (do lado oposto da penthouse, para não incomodar muito o irmão) a falar em redes sociais ou nas ruas de Tóquio a ver as vistas. Durante a noite devemos procurá-lo em clubes selectos do mais alto nível, acompanhado da sua cigarreira, do seu copo de vodka e, às vezes, de uns tracitos de farinha. É muito amigo do seu irmão e, agora que já é mais responsável e é raptado menos vezes, o seu braço direito para os negócios.

Marik Ishtar deixou-se de maldições. Após alguns anos como modelo, profissão onde as suas tatuagens fizeram furor, vive uma vida desafogada como consultor para agências de modelos por todo o mundo. Farta-se de viajar. Mantém o cabelo comprido, mas agora já não usa gel. Tem uma mente aberta para as relações e considera-se um "amante do amor", o que significa que todo o peixe graúdo que vier à rede deve ser comido. Alguns anos após as complicações decorrentes das suas alterações de personalidade, volta a encontrar Seto Kaiba numa festa e passam a manter contacto regular, tornando-se bons amigos. Há quem diga que até experimentaram umas coisas juntos, mas nenhum deles afirma nem desmente. Não pega nas cartas há anos.

Ichizu Ishtar trabalha como historiadora e académica, também viaja para dar conferências pelo mundo. Definitivamente teve algo com Seto Kaiba no passado, mas nenhum fala disso. Aliás, mal se falam. Mas dão-se bem e consideram a companhia um do outro agradável. Ainda joga Yu-gi-Oh de vez em quando, gosta de uma partidinha esporádica com amigas.

Joey e Mai agora estão casados e são pais de duas meninas, Uzuki e Kisaragi, de seis e dois anos respectivamente. Joey vive uma vida frustrada como salaryman numa empresa de transportes e Mai viu-se obrigada a tomar conta da casa. Encontram-se muitas vezes com os seus amigos da escola e consideram-se felizes, se bem que gostariam de ter mais dinheiro para tirar umas férias na Europa, ou pelo menos em Okinawa, sem as miúdas. Mai ainda pinta o cabelo. Joey já não, não lho permitem na empresa.

Téa nunca conseguiu poupar dinheiro para ir para a escola de dança na América. Ficou-se pelo Japão, onde dançou em bares, fez algum strip-tease e se meteu por maus caminhos. Não fosse Yugi, neste momento estaria numa valeta. Graças ao seu forte apoio e amizade, Téa manteve-se sempre ao de cima e foi capaz de reconstruir a sua vida. Neste momento é professora de dança numa escola de bairro. Não trocava a sua vida por quase nada, excepto talvez um marido que cuidasse dela e que a amasse. Voltou a encontrar Marik, pois era corista na noite em que ele foi àquele bar em Osaka, e por momentos pensou que talvez ele fosse o marido ideal. Mas depois ele foi-se embora, deixando uma sofisticada e delicada nota de despedida. Talvez ainda sinta qualquer coisa por ele.

Tristan foi para a marinha. Numa missão à Coreia do Sul acabou por ficar por lá e assentar. Nunca mais se soube nada dele, pelos vistos não valorizava os seus amigos assim tanto.

Bakura passou a sua adolescência assombrado pelos mistérios da esquizofrenia. Acabou por se suicidar aos 19 anos, enforcando-se com os atacadores dos sapatos presos no varão do cortinado do chuveiro. Todos os seus amigos, menos Seto Kaiba, foram ao funeral. Aparentemente o Kaiba mais velho estava numa importantíssima reunião com alguns dos accionistas da empresa.

Quanto a Yugi (e dos personagens antigos só há estes), bem... Ele era o personagem principal, mas isso não lhe valeu de muito. Herdou a loja do avô e durante algum tempo, enquanto a popularidade durou, deu aulas de cartas. Continua com o seu penteado excêntrico e a sua loja é agora um local para procurar relíquias e jogos em segunda mão. Como seria de esperar, gosta muito de Téa e está sempre lá para ela. Mas nunca foi capaz de lhe dizer que pode ser o homem que ela procurava por isso mantém-se na friendzone. Aliás, nunca saiu da friendzone de ninguém, mas eu penso que isso é devido aos cabelos. Ainda possui o puzzle e fala de vez em quando com Yami Yugi, cada vez mais esporadicamente. Joga às cartas consigo próprio, à falta de com quem jogar. O mundo de coleccionadores de jogos e de cartas conhece-o como o antigo campeão que ficou prisioneiro do tempo e nunca mais saiu dali. Não se sabe de maus hábitos que tenha, encontra-se com os antigos amigos frequentemente mas parece-lhe que eles se estão a afastar cada vez mais. Talvez seja porque agora têm famílias. Talvez seja porque acabam sempre a jogar às cartas.

Essencialmente foi isto o que aconteceu a esta gente durante este tempo todo. Agora que os conhecem, aqui estão as partes principais (porque há muitas, muitas mais) da história.

Numa festa de sociedade, Seto Kaiba conhece uma rapariga loira que trás um vestido vermelho de manga comprida, que se apresenta como Beatrice Mitsumoto. Aparentemente a sua avó era sueca e veio para o Japão pouco depois da guerra. Ela é de uma cidade no campo, mas está aqui a trabalhar num café para se afastar de uma família opressiva. Está na festa por um acaso, uma amiga sua tinha uns convites porque outra amiga lhos tinha dado. Bibi, sua alcunha, também se distingue das outras mulheres por outra razão peculiar: ela não faz a mínima ideia de quem é Seto Kaiba. Ela nunca ouviu falar das cartas, nem da Kaiba Corps, nem de nada de nada. Kaiba fica intrigado com isto e apetece-lhe descobrir mais sobre a ignorância da rapariga. Acaba por levá-la para casa, mas apercebe-se à medida que vai falando com ela, de que é dotada de uma simplicidade e alegria contagiantes e que, na presença dela, as suas ideias se tornam mais fáceis e claras. Quando, no dia seguinte, Mokuba lhe pergunta quem era a mulher de vestido vermelho que viu no elevador, Seto avisa-o para não se meter com ela. Após alguns meses de namoro em que Bibi praticamente se recusa a aceitar presentes, motoristas, estadias em hotéis e outras coisas úteis  Seto pede-a em casamento. Contra todas as expectativas, ela recusa e refugia-se em casa da irmã, no meio do campo. Essa irmã convence-a a aceitar e acabam por se casar no registo civil, com a presença de apenas um jornalista que ia a passar por acaso e que foi convenientemente subornado para não revelar nada à imprensa. Este jornalista torna-se amigo da família Kaiba e, passado uns anos, torna-se director de um dos principais jornais do Japão. Desta forma todas as histórias escaldantes da família Kaiba passam a ser abafadas nos principais meios de comunicação e eles vivem uma vida livre de escândalos. Têm dois filhos, que passarei a apresentar.

Himino Kaiba é uma rapariga calada. Muito calada. Não tem amigos que se conheçam e é vítima de ofensas constantes na escola. Deixou de ir com motorista porque gozavam com ela e raramente é vista fora de casa. É a melhor aluna da escola, detentora de notas máximas em todos os assuntos. Em casa estuda. Só estuda. E joga cartas. Tem um conhecimento aprofundado sobre toda a história deste jogo e há vários anos que é a campeã incontestável em todos os campeonatos. Herdou os caracóis da mãe, apesar de castanhos como os do pai, mas nunca se arranja. Podia ser uma miúda bem bonita (também tem os olhos azuis!), mas quando não está com a farda escolar (de marinheira, azul escura quase preta) usa saias pelo meio da perna e camisas. Pelo menos gosta de roupas claras. É o orgulho do pai que, não muito secretamente, lhe vai dando trabalhos de casa para a preparar para herdar a função de CEO da Kaiba Corps. No seu baralho estão três cartas de fadas, criadas especialmente para o dia em que fez doze anos. Só existem três cartas destas no mundo.

Haru Kaiba é dois anos mais novo. Tem nome de menina porque os pais decidiram o nome antes de saberem o sexo do bebé. Foi um bebé irritante, que chorava muito e tinha muitas cólicas. Foi o inferno naquela penthouse até ele crescer um bocado. Como Himino tinha sido completamente diferente, Seto não estava preparado para exercer as funções de pai de um bebé e delegou todo esse assunto para Bibi. Foram momentos tensos lá em casa durante algum tempo, mas depois resolveu-se tudo. Graças a isto Bibi desenvolveu uma relação de amor materno fora do vulgar com o seu filho. Também é bom aluno, mas um pouco menos dedicado, por isso não consegue notas tão altas como as da irmã. Seto irrita-se com isto e exige cada vez mais dele, o que torna a sua relação muito frágil. Ao contrário de Himino, Haru é adorado pelos colegas e tem um vasto círculo de amigos. Joga futebol na equipa da escola e é a estrela para o público feminino. Haru Kaiba tem um cão, um akita inu que lhe foi oferecido pelo pai, no seu décimo aniversário. Seto não gosta muito de cães, mas era a coisa que o filho mais queria na vida e Bibi acabou por convencê-lo a fazer uma pesquisa pelo melhor dos criadores e a comprar o melhor dos cães. Haru pediu ao pai que baptizasse o cachorro. O cão chama-se Joey. Haru herdou tudo da mãe e é loiro de olhos azuis, um verdadeiro sueco. Também joga às cartas e, tal como a irmã, teve uma edição especial pelo décimo segundo aniversário. As suas três cartas especiais são cães.

Ora, acontece que, tinha Himino 16 anos e Haru 14, Bibi foi às compras (durante os anos ela acabou por se acostumar à ideia de ter fundos ilimitados). No caminho de ida para Tóquio a sua viatura viu-se envolvida num sério acidente com um camião que transportava mercadorias inflamáveis. Só a conseguiram identificar, a ela e ao motorista, pelos dentes.

Completamente perdido pela morte da esposa, Seto Kaiba envolve-se na bebida e torna-se praticamente num vegetal alcoólico. As suas funções como CEO estão reduzidas ao mínimo e a empresa passa por um mau bocado. Sabendo do estado do seu amigo, Marik Ishtar vem ao Japão visitá-lo e consegue, a muito custo, tirá-lo do estupor em quem se encontrava. Recuperado, Seto decide fazer não três cartas de edição especial, mas um baralho inteiro dedicado à memória da sua mulher. O tema são anjos e são editados dois baralhos, que passam a valer uma fortuna no seio dos coleccionadores. Um dos baralhos é colocado no cofre da empresa e o outro vai para a liberdade. Seto pensa como o colocar em liberdade e decide que isto é ocasião para revitalizar o jogo, que caiu em tanto desuso depois do seu apogeu. Começa a trabalhar afincadamente para melhorar a desactualizada tecnologia dos hologramas e decide lançar isto tudo num evento muito especial. Reunir as pessoas que competiram na maior das competições criadas pela Kaiba Corps, há 30 anos atrás, e colocá-las numa nova competição. O vencedor fica com o baralho e com um generoso prémio em dinheiro. Além disso, férias grátis para todos!

Assim, são localizados os antigos concorrentes. Yugi aceita imediatamente. Joey e Mai precisam de um sítio onde deixar as crianças, mas é logo avançado que elas também podem ir. Bakura não pode ir, por razões óbvias. Marik acha piada à coisa e faz-se acompanhar de Rishid Ishtar que, apesar de aguardar o nascimento do seu quarto filho, não é capaz de recusar a aliciante proposta de sair do Egipto por uns dias. Ichizu também acha piada à coisa e mete férias. Seto Kaiba só quer ver o espectáculo, por isso faltam dois concorrentes. Serão o campeão e vice-campeão actuais, respectivamente Himino e Haru Kaiba. O cão Joey também vai e Marik sugere, maliciosamente, recompor todos os factores e convidar Téa e Tristan. Ora, como ninguém sabe de Tristan, lá vai a Téa sozinha.

Entretanto, a Kaiba Corps decidiu dar uso à ilha privada onde tiveram as aventuras em criança e construir lá um hotel de luxo. Os utentes do hotel serão o público. Ainda assim, vão à mesma de zepelim para lá.

Depois desta parte da história, foco-me nas aventuras e desventuras de Himino e Haru. São muitas coisas por isso não as vou explicar todas. Joey (o cão) acaba por morrer com 14 anos de idade o que deixa todos com um enorme desgosto.

E é isto o épico da minha vida. Sou mesmo tótó, não sou?

Natsume Yuujinchou San




Natsume Yuujinchou San
Omori Takahiro - Aniplex
Anime - 13 Episódios
2011
6 em 10

Este é o comentário para a terceira season de Natsume Yuujinchou. O comentário original pode encontrar-se aqui: http://myanimelist.net/forum/?topicid=394823#msg13320567


Este foi um anime agradável. Foi superior às duas primeiras seasons em algum sentido e, maravilha das maravilhas, não me aborreceu até à morte.
 O que é extremamente interessante nesta série é a caracterização dos yokai. Eles não são humanos mas têm (mais ou menos) características humanas. São capazes de amar e odiar, à sua maneira. No entanto, Natsume não parece perceber isto nem aceitar isto, já que não parece respeitar os yokai como iguais aos humanos.
O que eu gostei nesta season foi o Natsume não ser tão emo e o facto de ter sido capaz de fazer alguns amigos. Mas ele não parece aceitar o facto de que é diferente e não vê realmente os seus amigos yokai como os seus amigos humanos, apesar de serem tão (ou mais) importantes. Se não fosse assim ele não teria deixado a festa que os yokai fizeram para ele.
A arte é delicada e apropriada, oferecendo um sentimento pacífico ao ambiente. Podia ser mais bonita e detalhada. Os designs dos yokai não parecem muito inspirados nesta season.
A música não é muito memorável, mas os actores fizeram o seu trabalho. Nyanko-sensei podia ser um pouco menos infantil na interpretação.
 No geral foi bom, mas tem alguns elementos que não fazem disto uma série superior.

10.2.12

Os Homens que Odeiam as Mulheres




Os Homens que Odeiam as Mulheres
David Fincher
Filme
2011
8 em 10

Depois do livro, que comentei ainda há bocadinho, fiquei com uma certa vontade em ir ver o filme. Como tínhamos bilhetes grátis para o Fonte Nova e "Os Descendentes" estava esgotado fiz a minha mãe e seu esponjo irem ver este. Confesso que estava com algum medo do filme. Estava com um certo medo de que a Lisbeth Salander tivesse uma imagem completamente diferente da que eu tinha dela. Mas o filme superou todas as expectativas.

O filme captou com exactidão todos os personagens e deu-lhes um volume emocional excepcional. A história é a mesma, com alterações em pequenos detalhes. Como um filme só pode ter duas horas e meia, e ainda assim já é muito comprido, eles cortaram alguns detalhes que davam mais vivacidade à história, nomeadamente a crise da Millenium. Também não gostei muito da solução para a Harriet Vanger, que no livro estava mais realista e mais gira. E o detalhe do caso Bjurman também me desagradou um bocadinho. No livro está mais completo e torna todo o evento muito mais hilariante.

É um filme violento e sexual, mas não chega aos calcanhares do livro, que se pinta com requintes de malvadez.

Extraordinários actores. Gostei sobretudo da prestação dele. Ela pode estar nomeada para Oscar, mas Lisbeth Salander não é uma personagem assim tão complicada de interpretar quando se pensa bem no assunto.

O filme prima pelo detalhe, que confere uma nova ilustração a todo o cenário do livro.

Um filme excelente. Mas, para mim, serviu apenas para solidificar a opinião que eu tinha sobre a obra original.

Casos do Beco das Sardinheiras




Casos do Beco das Sardinheiras
Mário de Carvalho
2004
Contos

Quando fui retirar este livro do quarto da minha irmã ela disse-me "é muito giro". Hoje fui à procura da data da primeira edição e encontrei comentários de estudantes do 10º ano a dizer que o livro era mais do que fabuloso. Mas eu... Eu... Eu... Eu não achei.

Isto são casos de um beco em Lisboa, que pode ser na Madragoa ou em Alfama (ou quiçá em Benfica), casos insólitos de coisas estranhas e surreais que poderiam acontecer a qualquer pessoa em qualquer beco de Lisboa. Imagino que o objectivo do autor seria caracterizar a população alfacinha de forma original. Ora portantos, acontece aqui um problema. É que eu sou de Lisboa. E isto não tem nada que ver com nada.

As histórias por si só até são engraçadas. Mas o que irrita mesmo é a forma como está escrito. É uma verdadeira seborreia verbal. Do tipo "quantas palavras originais que eu ouvi uma peixeira a dizer uma vez é que eu consigo enfiar na mesma frase?" Ora, em Benfica, nem mesmo no Mercado, não se fala assim. Em Alfama nunca ouvi ninguém a falar assim. E aquele abuso da palavra (que eu vou chamar de puta, porque passei a odiá-la) "escanifobético"... Que vá enfiar o escanifobético em qualquer lado!

Uma irritação que este livro me causou.

Os Homens que Odeiam as Mulheres

Os Homens que Odeiam as Mulheres
Stieg Larsson
2005
Policial

Bem, vamos começar pelo livro, está bem? :)

Eu quis ler este livro porque o título me pareceu giro e porque a minha colega Rita lá da clínica mo recomendou muito. Depois a Doutora João também o recomendou muito. Por isso peguei num cartão de oferta FNAC que eu tinha e lá fui eu! (Os outros dois volumes da trilogia comprei-os na Bertrand com um desconto de 20€ no Cartão Bertrand, do qual - por sinal - possuo duas cópias) E, devo dizer, valeu muito a pena.

Este é um policial. Mas um policial a sério. O mistério é mantido até ao fim e é impossível de adivinhar o desfecho, até porque os próprios personagens não o sabem antes de nós. Mas o mais interessante é o nível de detalhe. Neste primeiro livro temos uma série de histórias que não estão cruzadas mas que estão relacionadas umas com as outras. A história da família Vanger, a história da revista Millenium, etc.

Este detalhe é conseguido por uma descrição exaustiva de todos os personagens envolvidos, até os mais irrelevantes, até os figurantes. Cada personagem aparece documentado até ao menor detalhe, mas de uma maneira fácil e interessante. Todos os personagens são tão interessantes que dá vontade de saber mais sobre eles. Temos também dois personagens principais muito fortes e muito originais. Mikael Blomkvist, o jornalista caído em desgraça e Lisbeth Salander, uma anormalóide meio gótica. Lisbeth é considerada pela maioria como o móbil principal da série Millenium, mas eu não a achei assim tão especial. Talvez porque eu conheço gente como ela. No entanto, a sua personagem encerra um certo mistério e tem uma aura de "anti-herói" que nos faz gostar dela.

De escrita fácil, sem complicações ou confusões, as ideias estão apresentadas de forma clara. As descrições são muito ricas, mas não são aborrecidas.

Um livro excelente, até para quem (como eu) não gosta muito de policiais.

5.2.12

Mobile Suit Gundam 00




Mobile Suit Gundam 00
Mizushima Seiji - Studio Sunrise
Anime - 25 Episódios
2007
6 em 10

Pois bem, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e Gundam moderniza-se. Gundam 00 é a mais recente reciclagem de UC, feita para apelar às camadas mais jovens, com robôs todos giros para comprarmos modelos e com designs todos catitas para que todos percebamos que Gundam é uma coisa toda modernaça como às outras, que não é old-school e que é fixe gostar de Gandamu.

Quando comecei a ver isto pensei que o fosse detestar tanto como o Wing, mas a realidade é que não está nada mal (se bem que não se pode comparar com UC, de maneira nenhuma). 00 está focado na política e em organizações terroristas. Engraçado como aqui os bons da fita, os heróis, são os terroristas (mas são bonzinhos!). Existem muitas personagens diferentes que pertencem a elementos diferentes da história. Alguns interagem uns com os outros e fazem a história andar para a frente. Outros estão ali só a, aparentemente, ocupar espaço. As várias histórias não se unem todas no fim e, por isso, não se percebe porque é que algumas existem. Mas, bem, ainda temos uma segunda season!

Como disse, os designs são todos modernos. É o Gundam dos bishounens, tudo pejadinho de gaijos giros a pulular por todo o lado. Há um para cada fetishista (o que se reflecte na fanart. Por mim, o meu preferido é o Lockon Stratos, apesar de ter um nome idiota). As meninas dos cabelos cor de rosa também abundam. As cores são limpas. Em termos de maquinaria, os designs também se modernizaram. Agora temos máquinas de guerra mais ergonómicas e menos quadradonas. A animação é fluída e temos boas sequências. As lutas continuam a ter raios laser e granadas com fartura, o que se torna um pouco ridículo quando a arte não é dos 80s.

Os personagens são para todos os gostos. Agradam a toda a gente, mas nenhum deles é especialmente interessante ou desenvolvido. Eles tentam, a verdade é que eles tentam. A dupla personalidade do Hallellujah (que raio de nome, outra vez), o passado infeliz de Setsuna e Lockon, e o facto do Tieria usar óculos, são tudo coisas que podiam ser interessantes. Mas no meio de tanta história cruzada e de tanta confusão perde-se a importância.

Música completamente irrelevante. Após tantos anos continuam sem admitir que no espaço não se ouvem as explosões.

Entretanto, como todo Gundam deve ser, morre toda a gente no episódio 24. Não é spoiler, é um dado adquirido. Tendo isto em conta, é um mistério para mim como vão fazer a segunda season. Mas alguma coisa se há-de arranjar.