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30.5.18

Hottarake no Shima

Hottarake no Shima: Haruka to Mahou no Kagami
Shinsuke Sato - Production I.G.
Anime - Filme
2009
6 em 10

Tinha este filme para ver já há algum tempo, mas não o conseguia encontrar para download (nem para streaming) em parte alguma. Mas, finalmente, após muito esforço (e um convite para um tracker privado) pus-lhe as mãos em cima. Portanto, fui vê-lo com o Qui.

Este filme é curioso porque normalmente este tipo de animação, digital em 3D, não é utilizado em anime. Com este filme, a Production I.G. faz uma experiência arriscada, mas com resultados bastante satisfatórios.

Uma rapariga vai para o mundo das raposas que apanham as coisas que ficaram esquecidas. Tenta encontrar um espelho que a sua falecida mãe lhe havia dado. No processo, faz amigos e inimigos e vence as forças do mal. É aqui que reside o principal defeito deste anime: a história, o desenvolvimento de personagem. É tudo muito fraco e centra-se sobretudo numa série de lugares comuns que não têm interpretações excelentes. Talvez para as crianças pequeninas isto seja suficiente, mas sabemos que até as crianças pequeninas podem ser muito exigentes (o que é o meu caso).

No entanto, a animação é muito interessante. Apesar de não ser excelente, o autor faz um excelente trabalho em mostrar o mundo fantástico, com uma mistura de recursos tradicionais e digitais que tornam o filme num bom regalo para os olhos. Infelizmente, os modelos 3D estão pouco fluídos e não têm peso real, pelo que se perde bastante do potencial desta animação. Talvez agora, que estamos quase uma década mais à frente, tenhamos os recursos para utilizar estas técnicas de forma melhor integrada.

Foi um filme engraçado e leve, mas que serve melhor para os pequenos. Em termos de sentido crítico, uma experiência que não deixa de ser interessante.

Iberanime Lx 2018

Iberanime Lx 2018
Evento
Agora que já se escreveu o post comemorativo e ainda temos lágrimas nos olhos de tanto sorrir, é altura de pararmos um pouco, contemplarmos a vida e, finalmente... Falar SOBRE o evento. Temos de nos manter claros na nossa rota: objectivos, directos e relativamente esquisitos.

Para este evento, mais o ECG, havia-me preparado convenientemente, terminando o meu fato com dias de antecedência, averiguando cenários e ensaios, todos misturados com cenários e ensaios de uma peça que ando fazendo, fazendo provas e experimentando o reino da auto-promoção, ponteando tudo por uns aleatórios dias de férias. No entanto, confesso que na sexta-feira já estava tão nervosa que só adormeci às cinco da manhã, sendo que acordei poucas horas mais tarde para trabalhar. Sábado, a energia latente pulsava em tais níveis que, no dia seguinte, conseguimos o milagre de acordar a horas!

Objectivo: estar no Pavilhão Atlântico (Altice Arena é o que os fecunde!) às OITO HORAS da MANHÃ! Woohooooooooooo

Só que lá chegando, com uns bons cinco minutos de folga, estava eu a bordo do meu poderoso bólide quando chego à conclusão de que houve umas obras, umas obras estranhas e que agora a passage para o outro lado, bom, a passagem... Não está lá.

Vai-de estacionar num sítio qualquer que fique mais ou menos em linha recta! Vamos por aí com cenários, que são móveis, e uma mala com rodinhas que perdeu o manípulo das rodinhas, aí vamos nós cheios de pica! Será que conseguimos entrar a horas? Da última vez que me atrasei, já tinham acabado os ensaios e ainda levei dicas de "os atrasados", aiai!

Ai!

Chegámos a tempo.

Lá encontro eu a Tatis e seu helper, mas outras pessoas variadas que ainda não conheço muito bem, toda a gente num burburinho, vamos entrar. Atribuem-nos umas pulseiras amarelas fluorescentes, a dizer STAFF, horrorosas, para depois nos dirigirem para os bastidores. Atravessámos o evento, tudo fechado, vazio; um pouco fantasmagórico. Deram-nos duas salinhas e uns quadrados no chão onde podíamos por os cenários. Peço desculpa à organização pelo meu primeiro manifesto, que foi absolutamente involuntário, em que gritei "mas que isto está tudo porco!" quando observei o chão alcatifado cheio de objectos não identificáveis. Arranjámos um cantinho ao pé da Tatis (bónus de sermos as primeiras a chegar!), calcei os meus sapatos do traje (que também são os do cosplay agora, após ligeira alteração) e fomos ensaiar.

Peço desculpa à organização pelo meu segundo manifesto, que também foi absolutamente involuntário, em que eu me desfiz em gargalhadas psicóticas enquanto gritava "vou cair daquelas escadas!"

O palco... Desta vez o palco estava um pouco diferente. Para começar, reduziram o auditório. Menos lugares, tudo mais aconchegadinho. Depois, tiveram a brilhante ideia de por o palco ao nível do público. Por um lado, inteligente, pois vê-se tudo melhor e há mais interacção. Por outro lado, era preciso irem buscar as escadas às portas do inferno? Porque não comprá-las na MaxMat? Felizmente, sob a orientação dos voluntários e da sua poderosa chefe, sobrevivemos todos a esta prova emocional e ninguém morreu. Aproveito para deixar aqui o meu agradecimento a estas boas pessoas, que estiveram sempre disponíveis para nós. Obrigada por se preocuparem! =D
 
O ensaio foi estranho, diga-se de passagem. Supostamente, havia sete minutos para cada um de nós entender o que se passava lá em cima, mas ensaiámos cada um uma vez, não deu para conversar com as luzes (com o tipo que toma conta delas), nem com o som... Deu para dar umas dicas básicas, de coisas que não estavam bem, mas combinar coisas e detalhes, isso não foi possível. Mas não é de espantar, porque não é de todo comum os eventos darem essa opção. O meu? Foi óptimo, mas estava toda a tremer e apenas a tentar encontrar o meu espaço no palco. Um ensaio técnico que não me deu grande alívio...

Depois, fomos por aí a ver o evento. Por esta altura já estava a ficar compostinho, considerando que no Domingo vai sempre menos gente. A variedade de bancas profissionais, este ano, era enorme! Aproveitaram o espaço de outra forma, sendo que havia diversos palcos um pouco por todo o lado. A maior parte deles era dedicada a jogos já que, como descobri no local, o evento era uma coisa dupla, Iberanime com Eurogamer-jogos-não-sei. Isto, de certa forma, até foi uma vantagem, porque os visitantes tinham mais para ver, mais actividades para fazer e sempre chama um tipo diferente de público. Sim, eu sei, as pessoas diferentes são máás, mas temos de nos habituar a uma nova geração, com interesses diferentes mas que, ainda assim, podem dar-nos umas dicas.

Havia uma série de bancas espanholas, com preços sinceramente mais competitivos que as portuguesas, mas também com uma quantidade de falsificações absurdas, como eu nunca tinha visto. Eu nem percebo muito de merchandise, mas era flagrante. Infelizmente, as coisas falsas normalmente também são giras, pelo que saí de lá com montes de coisas giras. Também comprei montes de coisas verdadeiras, atenção, vocês não pensem que eu compro Doce e Cabana todos os dias!

Aliás, posso mostrar desde já o fantástico loot deste evento =D


  • Uma moldura
  • Uma fita vermelha
  • Um caderno em forma de PS1
  • Uma t-shirt a dizer que eu sou um dogtor (que sou) 
  • Uma zine sobre Roller Derby para uma amiga que faz Roller Derby
  • Um headset todo gamer que estava em promoção
  • Dois bocadinhos de worbla que comprei a uma moça da net
  • Em falta: t-shirt do Qui a promover a adopção de porgs
Aproveitei também que o evento estava um pouco livre para começar a minha demanda de tirar fotos a toda a gente. Mas, neste evento, senti algo que me tem acontecido nestes espaços maiores.... Pareceu-me que as pessoas não queriam que eu lhes tirasse fotos. As fotos que se seguem foram as das pessoas que chamei antes de morrer de vergonha. Não sei, eu via fatos montes de giros, apesar de serem coisas que eu não sabia, olhava para as pessoas e elas olhavam de volta quase com um ar de "quem é esta cota maluca que nem sequer tem uma câmara de jeito". Começo a achar que a ideia de "fotógrafo" de cosplay já está tão instituída que as pessoas já não gostam muito de tirar fotos umas às outras nos eventos? Talvez tirar fotos uns aos outros nos eventos esteja a passar de moda... É um assunto a analisar posteriormente. :)

Portanto, aqui vão vocês! Obrigada por me deixarem tirar uma foto! =D


 É que eu curto mesmo muito da Hatsune Miku
 


 Uma jurada

Outro jurado


Fomos almoçar com a Tatis e helper, muito cedo. Comi um hambúrguer gigante, bebi um café. Queria ir comprar uma bebida para o meu skit, mas a Tatis revelou-me que não podia haver líquidos em palco... Foi encontrado um misterioso talão de estacionamento.

Depois, foi tempo de vestir. Ah, vestir. As partes maravilhosas de ser uma dama antiga... Poder usar um corpete todos os dias...

NÃO.
 
Ser uma dama antiga moderadamente rica não era fixe gente. É que por mais confortável que a tua roupa seja, tens sempre coisas a apertar-te e tens de te manter direita mas com os ombros para baixo para teres a pose. E sentar sempre direita e pegar em três mil saias para subir as escadas e fazer acrobacias quando é preciso fazer xixi. Para além disso, a maior parte das damas antigas moderadamente ricas tinham pulgas e piolhos e na maior parte dos lugares não havia água corrente. Também não havia máscaras faciais nem creme hidratante. O pessoal devia ter todo um péssimo aspecto.
Enfim, com grande ajuda do Qui, estreitei-me dentro de uma cinta (para fingir que sou um pouco mais magra), apliquei saiote, apliquei saia e senti todas as minhas vértebras a endireitaram-se qual Homo erectus, à medida que o Qui ia puxando os fios do corpete e ele se ia fechando à volta do meu corpo. E ali fiquei, tentando sentar-me, bebendo uma jola (para isso serve um helper) e vendo as outras pessoas a prepararem-se. Umas meninas tinham uma saia pelo chão que parecia rodeada de massinhas. Fiquei com vontade comer massinhas.

Aproveitei o tempo para me maquilhar, com a minha maquilhagem novinha em folha qe realmente me dá um ar saudável, de pessoa viva. Uma pena que a luz do lugar era péssima. Uma pena que a minha visão com lentes de contacto verdes fica meio esverdeada. Ainda assim, acho que resultou bem para uma primeira tentativa de aplicação! =D

No meio disto tudo, aparece um casal a falar em espanhol. Enquanto o meu cérebro tentava apanhar os seus neurónios, que fugiram, o casal foi-se embora. Pelo que entendi eram o rapaz que venceu o CWM e helper. Disseram alguma coisa que foi interpretada como "o pre-judging começa 15 minutos mais tarde que o previsto". Ou algo do género, não faço ideia. Voltei a focar-me em vestir. Só faltavam algumas peças que, com ajuda do poderoso Qui, consegui vestir correctamente. A peruca prejudicou-se no transporte (ela tinha a franja mais levantadinha), portanto foi um pouco difícil de lhe dar nova interpretação que condissesse. Mas, finalmente, estava pronta para o pre-judging.

A menina que ia à minha frente (eu era a terceira) tinha-se atrasado um pouco portanto foi julgada um pouco depois. Ouvi algo sobre terem chamado os paramédicos, uma moça sentiu-se mal, mas fui logo das primeiras. Desta vez, tentei preparar bem a minha defesa. Como se fosse defender uma tese, ou algo assim. Levei imagens de progresso organizadas em folhinhas impressas, uma fotocópia do livro de moldes, os meus mock-ups e tentativas, por forma a explicar um pouco melhor a forma como tinha modelado o fato. Talvez me tenha dedicado demais a falar de modelagem, quando poderia ter falado de algumas técnicas, que são simples mas estavam lá. O rapaz estrangeiro disse "Awesome!" e depois a senhora da Escola de Moda de Lisboa pregou-me uma grande rasteira. É que ela de certeza que sabia que livro era aquele e que aquele livro só tem moldes até ao século XVIII, sendo que o meu fato é do século anterior. Queria imenso ter-lhe perguntado coisas e saber a opinião dela sobre tudo, mas quando descemos fui ultrapassada por uma mega saia e nunca mais a vi. Senhora da Escola de Moda de Lisboa, se a senhora estiver aí, gostei muito da nossa pequenina conversa! =D

Ah sim, a quem quiser saber, eu parecia-me mais ou menos com isto:



Quando voltei para os bastidores, bastante satisfeita por ter corrido tudo bem, vejo uma mocinha, das mocinhas que estavam lá a vestir-se com as saias de massinhas, a chorar copiosamente. Lembrada dos paramédicos, perguntei-lhe se estava melhor, se estava bem. Mas não. Nada estava bem. A menina que foi assistida tinha sido levada de ambulância, para lhe retirarem uma lente de contacto que se havia partido no olho.

DDDDDDDD:

Isso já me aconteceu. É horrível, dói horrores, não se vê nada. As companheiras estavam agora num difícil processo de decidir o que haveriam de fazer. Eu gritei-lhe "vai lá na mesma, vai lá parte tudo, urrr", mas estava tudo muito nervoso. Como não podíamos sair para o evento (o Iberanime tem esta política de "quem vai aos concursos não pode aparecer para não estragar a surpresa"), fui até uma das entradas com o Qui, tendo em vista a aquisição de uma jola.

Curiosamente, enquanto esperava por ele, a minha presença deve ter aberto um portal para o mini-nível, porque começou toda a gente a entrar para os bastidores, para grande surpresa dos seguranças.

Falando neles, ouvi coisas terríveis. A maltratar pessoas e props, a bloquear garrafinhas de água à porta... É evidente que com a minha espada feita em poliuretano vou cometer um ataque terrorista senhor guarda! Pelamordasanta. Que haja segurança, mas também não é preciso exagerar., Quanto aos que estavam no backstage, a maior parte era bastante simpática, valha-nos isso.

Andámos por ali às voltas (o Pavilhão Atlântico é todo circular e, por vezes, um pouco confuso) para, ao voltar para o backstage, encontrar as meninas, as Frutinhas, a prepararem-se! A menina tinha voltado do hospital! IAM FAZER A CENA! Mas estavam um pouco atrasadas e o júri já não queria esperar mais por elas. E eu gritava "vai mesmo assim, cagou, cagou, vaaaai!" e elas estavam todas um bocadinho em pânico mas chegaram a horas. Isto podem parecer detalhes estúpidos, mas é muito importante, como verão de seguida. :)

E, finalmente, foi tempo de rever com os voluntários a colocação do cenário e fazer a cena.

Através de exercícios de respiração que aprendi no yoga, abanei o Qui e fui enfrentar a grande escadaria. E digo-vos... Quando cheguei lá acima, já não era eu. Era a Milady. E a Milady fartou-se de dançar e quanto mais dançava mais sentia a energia do público... Muita pena que só tenha durado um minutinho. Foi mesmo fixe estar em palco desta vez!

Por enquanto ainda só tenho uma gravação de telemóvel do skit (obrigada Dani, seu MONSTRO!), mas quando tiver uma em melhor qualidade mostro-vos. :) Para quem viu e gostava de saber mais, este skit foi pensado a partir da música, que eu adoro. Queria dançar com um cabide ao som dela e construí um vídeo à volta de uma trama que realmente acontece no anime, que é o roubo de uma carta. Depois, o "diálogo" do skit surgiu naturalmente nos ensaios. :) Talvez a única parte boa de ser uma dama antiga: dá para dançar com estes vestidos e dançar com eles é giríssimo!

Com muita pena minha, não dava para ver os skits dos outros da nossa posição. O Qui tinha desaparecido e eu fiquei a falar com os que iam saindo e os que ainda estavam nervosos para entrar, sem conseguir evitar uma chalaça ou outra a que ainda não consigo resistir (eu tenho um péssimo hábito da adolescência, para além de um ligeiro instinto animal, de comentar o que está mal em vez do que está bem). Peço desculpa a quem possa ter perturbado com as minhas palavras de lunática. <3 Mas que a energia neste backstage estava positiva... Apesar de tudo, lá isso estava! Estava toda a gente em paz, apesar do nervosismo sempre presente, com um grande espírito desportivo e de entreajuda. Nesse aspecto, foi um concurso como eu não via há muito tempo: um ECG com tantos e tão bem arranjados! Com tantos e todos tão simpáticos! Eu, que estava a ficar um pouco desmotivada da competição, fiquei convencida a voltar a fazer o circuito de todos os concursos nacionais, hahaha! Nova esperança! Fé no mundo renovada! =D =D

à entrega dos prémios, anunciaram primeiro os grupos. E, considerando que os seus fatos eram encantadores, as Frutinhas foram as merecidas vencedoras! É mesmo assim! Não desistir! Vai lá... E faz! =DDDD

E depois, nos solos.... Eu dizia "tu querias ficar em primeiro, querias querias batatas com enguias", como um mantra maléfico. E quando ouvi o meu nome... FUCK YEAH consegui. Terceiro lugar. Não podia ter melhor. Eu fiquei tão contente que nem queria sair do palco, só queria ficar ali a dar voltinhas. Fiz uma vénia ao senhor que me queria apertar a mão, depois apertei-lhe a mão. Agarrando na minha moldura como se fosse a taça da Liga Champions, foi toda eu sorrisos ao ouvir as vencedoras, de quem ainda tenho de ver skits, e que tinham fatos bué lokos (o da Zelda, sinceramente, bué à frente, esteve mesmo ao pé de mim e amei totais)

E que mais fazer a seguir? É claro! Evidentemente, temos de nos ir pavonear pelo evento!

Queria aproveitar para ver a zona dos artistas, que são bons artistas, pois ainda não tinha tido tempo para ir àquela zona do primeiro andar. Pelo caminho encontrei uma série de pessoas que me congratularam, que congratularam o fato, que congratularam o sukito e eu sentia os pés a derreter, mas era uma coisa boa. :) Obrigada a todos pelas vossas muito queridas palavras! <3 Nesta edição havia artistas fantásticos, com coisas bastante diferentes (embora continue sem compreender a fanart erótica de pessoas a sério) e a bons preços. Revi alguns artistas que não encontrava à algum tempo e gostei imenso de ver como tantos tinham evoluído no seu trabalho, construindo coisas verdadeiramente originais! Parabéns a todos!

Vai de vestir a roupa normal de volta. Voltar para casa. Encontro imediato com arrumadores de carros carochos que queriam tocar no meu cabide. Voltar para casa. Redes sociais. Tanto amor.

Tanto amor.

Em conclusão: foi um evento que, pessoalmente, significou muito para mim em termos emocionais. Ficar colocada num concurso destes, wow, wat, yay ;___; O evento propriamente dito estava bastante completo, com muitas actividades e bem organizado. No entanto, acho que estou a perder um pouco da conexão com os outros nerds. Tentarei ser melhor e ser melhor pessoa no futuro! :) OBRIGADA!

Porque mesmo uma senhora antiga pode curtir os super-heróis! xD

29.5.18

Budda Power Blues

Budda Power Blues
Concerto
Mais um ano e mais actividades na famosa Casa da Cerca, começando pelos seus concertos ao por do sol, concertos mensais que visam apoiar artistas nacionais. Neste concerto assistimos à banda de blues Budda Power Blues, uma banda do norte composta por três elementos.

Duas guitarras e uma bateria é o suficiente para se fazer um bom blues. E esta banda tem um bom blues, cheio de swing e com uma voz rouca e poderosa para se fazer ouvir bem, alto e bom som no meio dos ruídos da multidão. Apesar das letras serem um pouco estranhas (talvez por terem sido escritas com uma mente em português), a técnica instrumental e a personalidade em palco fazem esta banda vencer e conquistar um público cada vez mais exigente.

Isto apesar da fila da frente ser composta de meninas pequeninas. :)

Infelizmente, o grande defeito desta banda é também a voz. Pela boca morre o peixe, dizem eles. O vocalista, infelizmente, não tem a capacidade de manter o silêncio, pelo que nos brindou com uma série de histórias inúteis em que se auto-referiu como muito talentoso e com muito dinheiro, amigo de pessoas muito ricas e com muito dinheiro e que conhecem pessoas muito famosas. Talvez isto não seja a coisa ideal para se dizer nesta cidade, porque o pessoal detesta esta burguesia críptica em que o auto-contentamento é o pior remédio.

No entanto, foi uma noite muito bem passada e uma óptima forma de relaxar antes do evento do dia seguinte! Obrigada!

Owarimonogatari

Owarimonogatari
Tomoyuki Itamura - Shaft
Anime - 12 Episódios + 7 Episódios
2015
5 em 10

Apesar de não ser a maior fã, nunca tive nada contra as séries de Monogatari, apesar de nunca as ter seguido com grande atenção. Quando a segunda season de Owari apareceu para ser vista no meu clube, fui ver as duas séries sem esperar nada de especial. E foi um desapontamento terrível.

Neste Monogatari, apresentam-nos uma nova personagem mas, no fundo, parece que o objectivo se perdeu. O mistério perdeu o interesse, as personagens parecem ter perdido o interesse no mistério. Assim, acaba por se tornar em mais uma série de "meninas giras a fazer coisas giras", só que num ambiente de grande estranheza.

Também a animação, que sempre me satisfez imenso pela sua brutal originalidade, aparenta ter-se perdido para sempre. Os cenários, agora, parecem apenas mais um lugar comum, que existe em função das actividades dos personagens em vez de se apresentar enquanto símbolo, como a série gostava de fazer anteriormente.

Musicalmente, não temos nada de especial, embora tenhamos uma grande variedade de OPs e EDs. A maior parte dos efeitos sonoros parecem reciclados de um qualquer cartoon cómico. 

Este anime tenta dar uma densidade maior às relações entre alguns personagens, mas acaba por se afastar do resto da série pela sua incapacidade em manter o interesse para além das activdades normais do dia a dia dos seus intervenientes. Assim, devo dizer que - para mim - Monogatari passará a ser visto apenas por obrigação académica.

Assassination Classroom

Assassination Classroom
Makoto Uezu - Lerche
Anime - 22 Episódios + 25 Episódios
 2015
4 em 10

Este é um anime curioso para mim. Havia visto o OVA, na altura em que saiu, e decidido que não era um anime para mim. Infelizmente, a vida dá várias voltas e acabei por ter este anime na minha PTW, pelo que tive de o ver. Ok, não tive, mas vi. E foi das coisas mais terríveis que tive a oportunidade de apreciar nos últimos tempos.

Por motivos desconhecidos, um grupo de alunos - seleccionado por motivos desconhecidos - está encarregado de matar o seu professor, um alienígena que tem grandes pénis amarelos por mãos. Temos este setting um pouco estranho, mas vamos dar-lhe o desconto e aceitar que as coisas são assim porque sim.

Mas... Para podermos aceitar os factos como eles são, convém que exista um mínimo de realismo e desenvolvimento de personagem, coisa que só começa a aparecer lá mais para o fim da segunda season. No entanto, falha de forma tão rotunda que não posso deixar de dar uma média de classificação baixa a nula.

Isto porque todos os personagens parecem a desconstrução dos estereótipos de um qualquer shounen de desporto escolar, mas em que isto é feito de uma maneira horrível. Cada um dos alunso representa um qualquer aluno, mas o mais flagrante é o professor que - apesar de ter grandes pénis amarelos a fazer de mãos - é utilizado para representar TODOS os tipos de professor que uma criança japonesa encontra no seu percurso escolar.

Curiosamente, esta escola está limitada à turma que precisa de assassinar o professor e, além disso, outras poucas turmas que têm objectivos semelhantes. Isto leva-nos a questionar a premissa inicial a todo o instante e a falta de respostas apenas tem um efeito de frustração.

A animação não é extraordinária, por mais que me queiram dizer que linhas cinéticas pontuadas por grandes pénis amarelos é uma boa animação. E a música também não lhe fica atrás.

Portanto, este foi o pior anime do mês. Espumem-se, crianças.

Deadpool 2

Deadpool 2
David Leitch
2018
Filme
7 em 10
E, logo de seguida, fomos ao cinema ver este. Bem, não foi logo a seguir, passaram uns dias ou isso xD
 
Este filme encontra-se, mais ou menos, na mesma linha cómica que o outro. Desta feita temos um misto de processo de vingança com a tentativa de pacificar um jovem mutante que quer fazer tudo para destruir a pessoa que lhe fez mal. Para isso, desta vez, conta com a juda de mais alguns super-heróis, cada um com poderes mais inusitados que o outro.
 
Esta introdução de novas personagens funciona muito bem, pois dá-nos uma perspectiva fresca do que se pode fazer com este tipo de filme. Deadpool começa a reunir a sua equipa e, com isto, existe um potencial para novas sequelas e novas maneiras de contar esta hiostória, como uma espécie de "anti-Avengers".
 
Desta vez a utilização do digital também é menos evidente, o que é uma melhoria. Ainda assim, temos algumas cenas que seriam em tudo melhoradas se houvesse a utilização de objectos físicos.
 
No meio disto tudo, um filme hilariante, mas negro o suficiente para se fazer passar pelo DC Universe.

Deadpool

Deadpool
Tim Miller
2016
Filme
7 em 10

Como alguns saberão, eu não sou exactamente a maior seguidora, nem a mais fiel, de filmes de super-heróis, sejam DC ou Marvel. Portanto, não tinha visto este que foi o filme mais badalado do dia dos namorados de 2016. Agora que a sequela está no cinema, foi necessário vê-lo. E ainda bem!

Confesso que não li, ainda, nenhuma BD deste "herói". Mas, pelo que sei, a livre adaptação do filme - não estando isenta de falhas - funciona muito bem para este contexto cinematográfico de um universo de heróis. Só que Deadpool não é exactamente um herói.

Neste filme ficamos a saber o seu passado e como ganhou o seu poder, a imortalidade. No meio estes flashbacks, opera-se uma tentativa de vingança contra o cientista louco que lhe atribuiu estas características. Tudo isto com muito sangue, violência e membros partidos à mistura!

Para além disso, o filme é uma sucessão de piadas, mais ou menos badalhocas, mais ou menos violentas, que caracterizam muito bem o personagem como alguém pleno de um sentido de humor tão perturbado como eficiente.

Infelizmente, a utilização de animação digital é constante e existem muitas cenas que nem sequer têm mão humana, o que se torna um pouco desapontante.

De todos os modos, acho que fiquei fã!

23.5.18

Countdown to Heaven

Detective Conan: Countdown to Heaven
Suwa Michihiko - TMS Entertainment
Anime - Filme
2001
5 em 10

Mais um filme de Detective Conan, desta feita o quinto. Até agora, o que mais me desapontou, considerando que todos me têm desapontado.

Conan e os seus pequenos amigos enfrentam um perigoso assassino que deixa pequenas taças partidas ao pé das suas vítimas. Enquanto isso, poderão correr outros perigos com inimigos antigos. Tudo óptimo até aqui, mas a realidade é que em termos de argumento este filme é muito simplista e mesmo simplificado. O mistério pode ser difícil de resolver, mas a forma como é resolvido é extremamente infantil, isto par anão dizer que é "básica".

Este filme falha também na componente artística. Embora tenhamos de considerar a sua idade, a qualidade da animação é muito fraca e com um valor de produção mal utilizado. As poucas cenas de acção têm muitos erros, sendo que o mesmo acontece nos próprios designs.

Musicalmente, é um anime quase sem conteúdo.

Portanto, é mais um filme a evitar. Uma pena, porque no fundo estava contente por ver Detective Conan: uma amiga de há muitos anos num jogo online muito antigo, havia-mo sugerido, hahaha ;)

Kuroshitsuji II

Kuroshitsuji II
Ogura Hirofumi - A-1 Pictures
Anime - 12 Episódios + 6 Specials + 10 + 2 OVA + 1 Filme
2010
6 em 10

Conforme foi calhando na minha nova lista ptw, foi altura de ver este anime. Na verdade, este post refere-se a Kuroshituji II, que classifiquei com 5 (4 os specials) e os vários Books: Book of Circus, Book of Murderer e Book of the Atlantic, classificados com 6. Embora o Circus seja um pouco melhor que os outros, temos de admitir. Portanto, irei falar da experiência como um todo.

E a experiência como um todo é terrível. Uma isca para fujoshis com tendências shota, temos miúdos e adultos envolvidos em situações horríveis e sanguinolentas, envolvendo vários momentos assustadores com monstros, zombies, bonecas e outras fantasias típicas deste género de anime.

Os personagens sofrem um desenvolvimento errático. Se existem momentos que se tornam progressivamente mais interessantes, acabam por voltar atrás e falhar rotundamente quando caem num estereótipo típico de infelicidade e injustiça social, o que não deixa de ser absolutamente previsível.

Em termos de animação, a qualidade é um pouco fraca comparativamente a outros animes do género, com alguns erros de anatomia e um uso de cenários digitais pouco apropriado ao contexto. Também os designs são desadequados para a época, o que já era um problema da primeira season.

Temos uma banda sonora cativante, com muito rock e visual kei, mas que não fica na memória.

Portanto, um anime que eu escusava de ter visto. Mas pronto, agora já está.

Perguntem a Sarah Gross

Perguntem a Sarah Gross
João Pinto Coelho
2015
Romance

Recebi este livro pelo BookCrossing, através de um longo ring que já se vinha prolongando por algum tempo. Eu fui a última mas, mesmo assim, peguei logo no livro. Lê-se bem, mas.... Há sempre um mas, não é?

Para começar, este livro é passado num ambiente que parece tão pouco familiar como inverossímil: a escola americana, escola privada cheia de idiossincrasias. No entanto, todas elas, assim como o mapa da escola e como as personagens que vão aparecendo, acabam por ser absolutamente desnecessárias ao desenvolvimento da história. O autor atira para todos os lados: quer falar do holocausto, quer falar do racismo, quer falar de perseguidores sexuais e pedofilia. No entanto, não é capaz de se focar em um dos temas e explorá-lo em detalhe, sendo que todos os caminhos se concluem em lado nenhum.

Como se a passagem pela escola e o encontro de todos os personagens tenha sido indififerente!
 
 De resto, o livro foca-se bastante nos terrores e horrores do holocausto nazi. A recolha destas experiências e a tentativa de as colocar em papel foi bastante mal sucedida, porque a forma de escrever bem humorada retira muito do factor pânico das situações. Para além disso, há uma sucessão de cenas cada vez mais melodramáticas e muito foleiras (tocar violino no funeral?) que tiram o realismo da história e afastam-na para uma fantasia cinematográfica mal adaptada ao fundo literário.

Portanto, um livro que se lê bem mas que não é especialmente bom. Agora, penso que  regressará a casa :)

13.5.18

Gintama: Porori-Hen

Gintama: Porori-Hen
Fujita Yoichi - Bandai Namco Pictures
Anime - 12 Episódios + 12 Episódios + Alguns OVAs e Specials
2017
5 em 10

Na tentativa de compeltar a minha nova PTW (que, para quem não sabe, consiste no Top 400 do MyAnimeList), fui ver algumas seasons e episódios soltos de Gintama que ainda não tinha visto. Este comentário inclui todos eles.

Porque, realmente, o que há mais para dizer sobre Gintama? Os personagens continuam exactamente iguais, talvez com menos piada do que ao início porque os seus tropes nunca mudam. Sempre o mesmo tipo de piada para cada um dos personagens e sempre o mesmo tipo de resposta para cada situação. A narrativa, que se faz passar por séria de vez em quando, aparenta começar muito bem e depois descai para a piada escatológica de espadas enfiadas analmente.

Questiono-me porquê esta divisão em seasons e episódios se não há qualquer distinção puramente factual entre todos os episódios desta série. Se nos primeiros 300 episódios havia algo de muito bom, algo de realmente genuíno, à medida que a série continua nota-se uma incapacidade de inovar e de se transfigurar, tornando-se os episódios numa repetição sempre constante das mesmas dicas e das mesmas referências.

No fundo, no fundo, Gintama tornou-se uma seca. Não gosto mais.



Mandingo

Mandingo
Kyle Onstott
1957
Romance

Este foi um livro que o Qui encontrou perdido na casa dos pais. Num acesso de piedade, trouxe-o para que eu o lesse. E foi o que fiz.

Apesar do livro se chamar "Mandingo" e de ter o subtítulo "Paixões Escaldantes", trata-se de uma narrativa quase inteiramente dedicada ao jovem fazendeiro que faz criação de escravos para venda e troca. O livro é, então, mais um manual de criação de seres humanos para consumo do que um romance propriamente dito.

O livro fala de coisas terríveis, mas de uma forma tão obsoleta que acabam por se tornar irrelevantes. a população negra que habita este livro não aparenta ter qualquer tipo de sentimento ou personalidade senão os mais básicos traços de um mamífero, sendo que os outros personagens nem os consideram seres humanos "a sério". Apesar de tocar em diversos temas relacionados com a escravatura, desde o comércio em lotes às lutas até à morte entre escravos, o foco principal nunca é o negro enquanto pessoa: é antes o dono enquanto personalidade.

As paixões escaldantes acontecem apenas nos finalmentes do livro, assim como os maiores acessos de violência. São tão inusitados, estes, que em vez de causarem pena causaram-me um acesso de hilaridade.

De resto, é uma edição terrível cheia de gralhas e uma escrita que se perde em detalhes inúteis e nunca retoma o foco na história principal. Penso que terá sido um livro muito famoso, mas qvá-se lá saber porquê.

Aoi Hana

Aoi Hana
Yamamoto Kouji - J.C. Staff
Anime - 11 Episódios
2009
6 em 10

Mais um anime sugerido pelo clube. Este, um pouco diferente do habitual.

Fumi é uma rapariga tímida e alta que, no passado, teve um desgosto de amor. Agora que entrou na escola secundária, vai juntar-se a um clube em que irá conviver com muitas outras raparigas, incluindo a sua amiga de infância e uma senpai simpática. E, no meio de cenários e bandolinas de um clube de teatro, irá encontrar um novo amor.

É um anime romântico, sob a perspectiva unicamente feminina, muito calmo e contido. O desenvolvimento do romance não varia de qualquer outro anime do género que tenhamos visto, mas temos personagens bastante coerentes e pouco emocionais, o que dá uma certa aura de "adulto" a todo o conceito. Falamos directamente sobre a homossexualidade feminina, o que é algo um pouco raro em anime, mas apesar de tudo penso que o assunto poderia ter sido explorado em mais detalhe. Ainda assim, a abordagem naturalista que é feita é bastante satisfatória.

A arte é igualmente simples, com designs bastante básicos e nada de especialmente belo. É umn anime que recorda os clássicos shoujo dos anos 70, mas sem a superprodução visual destes. Não existem grandes cenas de acção que permitam demonstrar a animação mas, no geral, está tudo bem aproveitado.

Também a música passa desapercebida, quase não se notando que existe uma banda sonora digna desse nome.

Um anime que é tão simples que acaba por cair no esquecimento. Uma pena, porque tinha potencial.

Hand Shakers

Hand Shakers
Suzuki Shingo - GoHands
Anime - 12 Episódios
2017
4 em 10

Sempre que me dizem que um anime é muito mau, eu não consigo descansar até encontrar uma forma de dizer às pessoas que não é assim tão mau. Mas há casos em que as pessoas têm razão. E Hand Shakers é um deles, para grande pena minha.

Sou sincera quando digo que este anime me causa pena. Isto porque a intenção de o fazerem, de o porem no mundo e dele passar na televisão, a intenção era boa. Era para ser um bom anime de acção, um shounen com boas lutas e umas raparigas giras. Infelizmente, está tão mal executado que não consegue cumprir com nenhumas das suas propostas.

Por alguma razão e por nenhum objectivo concreto, um rapaz vê-se de mãos dadas com uma rapariga e não a pode soltar. Juntos, terão de lutar contra outros "hand shakers". Porquê? Não se sabe exactamente. O objectivo é, dizem eles, encontrarem-se com deus. Mas para quê? Qual a vantagem de nos encontrarmos com o divino? Quero dizer, directamente. Há brindes ou algo?

Com grandes discursos plenos de palavras em latim, estes personagens vão lutando uns contra os outros e fazendo amigos com raparigas jeitosas e os seus hand shakers. A animação, toda em 3D com cell shading, é simplesmente terrível. Os movimentos dos personagens não têm peso nem consistência e os seus poderes estão sempre a variar. Já para não falar das maminhas rotativas!

E, no fundo, o principal problema é que todo o anime parece o preliminar de um filme pornográfico. A qualquer momento parece que as personagens vão todas tirar a roupa e fazer o amor.

Salva-se, no entanto, a banda sonora. As peças são boas e gostei sobretudo da ED (que, infelizmente, não encontro para sacar... Halp?). Apenas estão mal utilizadas em todas as ocasiões.

Mas vá, que o anime não é assim tão mau. Não arranquei os olhos enquanto o via, já é uma vantagem.

Violet Evergarden

Violet Evergarden
Ishidate Taichi - Kyoto Animation
Anime - 13 Episódios
2018
7 em 10

O último anime da season que passou. Gostei muito, mas não terá sido o meu preferido.

Estamos num universo que está em guerra. A guerra, quase a terminar. Uma misteriosa rapariga com mãos robóticas veio desse mundo bélico para agora trabalhar como Auto Memory Doll: uma pessoa que escreve cartas para outros.

Este anime é uma mistura do mais puro fatia de vida, em que Violet e as suas companheiras vão escrevendo cartas diversas sobre assuntos diversos, mas também tem uma secção de elevado desenvolvimento da personagem e da sua relação com o mundo. Com esse flashback como base, podemos notar o quanto ela evolui enquanto personagem narrativa e, também, enquanto pessoa potencialmente real. Este desenvolvimento é algo de extraordinário e culmina na capacidade da personagem escrever melhores cartas e se envolver emocionalmente, finalmente, com aquilo que a rodeia.

Apenas não gostei como o próprio anime foi estruturado, sendo que os episódios de flashback poderiam ter sido incluídos de forma diferente para que o ritmo narrativo não fosse completamente destroçado.

A animação é maravilhosa, muito fluída e altamente detalhada, com designs originais muio interessantes. Aliás, gostei tanto do vestido de Violet que gostaria de fazer cosplay dela, só pelo gosto de costurar aquele fato, mas infelizmente é contra a minha religião fazer personagens que têm 14 anos de idade. Sim, a Violet tem 14 anos de idade. o__o

Em termos musicais, é um anime que impressiona pouco, embora tenhamos um bom conjunto de vozes.

No geral, é um excelente trabalho, tal como a KyoAni nos vem habituando.

Pingu in the City

Pingu in the City
Iwata Naomi - Polygon Pictures
Anime - 26 Episódios
2017
6 em 10

Sim. Eu sei. Eu sei que é um mémé da internet. Sei que odeiam o nootnoot e isso.

Mas há algum problema em um adulto funcional gostar genuinamente do Pingu? Come and get me!

Esta versão japonesa do amado clássico pinguinico mostra-nos o nosso pinguim favorito nas suas actividades diárias numa grande cidade. Em cada episódio, ele propõe-se a fazer uma actividade, ou a ajudar algum profissional a fazer a sua actividade, tendo ou não sucesso. No entanto, ele tem sempre a capacidade de aprender alguma coisa com os seus pequenos erros e, assim, melhorar e fazer todos felizes.

É um anime para crianças pequeninas e é muito divertido. São só actividades normais, como vender flores, fazer pão ou jogar à bola, mas temos sempre uma pequenina moral escondida por trás de cada uma destas aventuras de cinco minutos. Charmoso e educativo, aí está.

Infelizmente, ao contrário do clássico dos anos 80, desta feita a animação é inteiramente digital, o que retira um pouco da magia do Pingu original. Apesar de o ambiente ter muitas coisas para fazer, estas não estão muito detalhadas em termos de design, o que torna a cidade um pouco difícil de interpretar.

Achei as vozes giríssimas, diga-se de passagem. Nootnoot em JP é muito engraçado!

Vejam isto que é rápido e é muito loko! ^__^

Hygiène de L'Assassin

Hygiène de L'Assassin
Amélie Nothomb
1992
Romance

Este genial livrinho foi-me emprestado pela minha querida vizinha de cima, que mo deixou na caixa do correio. <3 Apesar desta edição se no francês original, é um livro com vocabulário bastante simples e apenas precisei de consultar o dicionário por três vezes (para as palavras "bolas", "pila" e "arrastar-se")

Um grande autor, em todos os aspectos, tem dois meses de vida após ter-lhe sido diagnosticada uma doença rara. Pela primeira vez, irá permitir-se ser entrevistado, sendo então visitado por diversos jornalistas. Mas este homem, além de enorme fisicamente, é uma grande besta: expulsa todos os jornalistas com manifestos de desprezo. Resta apenas uma mulher, que irá descobrir um grande segredo sobre o passado deste famoso homem.

Digamos que este livro, quase exclusivamente composto por diálogos, é divertidíssimo. As opiniões do personagem são irreais, contundentes e, por isso, absolutamente hilariantes. O discurso é tanto violento como ilógico e começamos a perceber que, apesar de famoso, este homem é muito bizarro. No entanto, à medida que ele vai revelando o seu segredo, acabamos por descobrir uma faceta muito mais negra e aterrorizante, uma demonstração do quão perversa uma pessoa pode ser.

Uma escrita leve e muito refrescante, com um sentido irónico para observar a vida, tornaram este livro uma leitura realmente prazerosa. Recomendo vivamente!

Um Amor Feliz

Um Amor Feliz
David Mourão-Ferreira
1986
Romance

Foi a minha primeira experiência com o autor. Curiosamente, calhou-me o seu único romance e uma das suas raríssimas prosas. Depois desta leitura espero, sinceramente, nunca mais por os olhos em cima deste Morcão-Ferreira.

O narrador deste romance é um chiquérrimo escultor que vive uma vida terrível, horrorosa, rodeada de mulheres gordas e feias e desinteressantes. Quando conhece Y., uma mulher que não é gorda, envolve-se com ela. Também se envolve com muitas outras que têm todas nomes como Xô, Té ou Zu.

Este livro é a apologia da burguesia pedante de uma linha de cascais eterna, que nunca deixa de existir. É de um orgulho auto-complacente, em que as aventuras sexuais do narrador se misturam com uma espécie de spleen, um desinteresse constante pelas mulheres horrendas que pululam por toda a parte. A depressão do narrador encontra-se no desespero de não ter uma mulher ideal, uma quda qual se possa alimentar e da qual possa abusar sem consequência.

O autor manifesta, assim, uma opinião machista e misógina da sociedade feminina, estabelencndo a mulher como algo que "é apreciado pelo paladar" e não como indivíduo. O autor é, portanto, um idiota. E o seu romance, infelizmente, é um manifesto ardente da sua incapacidade de encontrar personalidade dentro de si mesmo, limitando-se aos conceitos snobs de mulheres chamadas Ti e Vana.

Foi um sacrifício ler este livro e espero que o livro morra.


Mahoutsukai no Yome

Mahoutsuai no Yome
Naganuma Norihiro - Wit Studio
Anime - 24 Episódios
2017
7 em 10

Entretanto, dos animes oferecidos pela passada season de Outono, este foi sem dúvida o melhor. Uma história de magia, encantamento e mistérios, mas também de amor e compaixão.

Uma rapariga ruiva, que sempre foi considerada um pouco estranha pelos seus pares, vê a sua vida virar-se ao contrário quando é vendida como serva a um misterioso mago. Ao aperceber-se que ela tem alguns poderes escondidos, este mago começa a ensinar-lhe a sua arte. Nisto, vão fazendo novos amigos, descobrindo mistérios e resolvendo questões prementes do mundo da magia, pelas quais sofrerão grandes perigos.

É um anime violentamente sentimental. As personagens vão sendo desenvolvidas de forma lenta mas muito sólida, até culminar nas revelações finais que lhes darão toda uma densidade que raras vezes se encontra. As atitudes podem ser inexplicáveis e surpreendentes, mesmo que muito sanguinolentas e trágicas, mas todas se encontrarão num sentimento generalista de auto-descoberta.

Temos uma animação muito cuidada, com designs altamente detalhados e muito originais. Os cenários estão muito bem pensados e as sequências de acção fazem um excelente uso do seu valor de produção.

Também a música nos permite entrar neste universo encantado com grande excelência, embora as OPs e EDs sejam um pouco vulgares.

Talvez o grande defeito deste anime seja o perder-se em detalhes da vida normal, fugindo um pouco ao foco das personagens. Apesar de tudo, foi uma grande aventura e recomendo que o vejam. :)

Kokkoku

Kokkoku
Kimura Makoto - Geno Studio
Anime - 12 Episódios
2018
6 em 10

Este é um anime de acção e alguma violência passado num universo muito diferente do habitual: o universo das coisas paradas. Fazendo uso de alguns poderes misteriosos, uma família tentará sobreviver ao mundo das coisas que estão paradas e lutar contra uma organização terrível que está a tentar destruí-los.
 
Este anime tinha tudo para ser interessante. Um conjunto de personagens bastante original era o foco mais importante: uma família sem grande esperança, em que os seus membros não têm grane sucesso na vida, vê-se de repente com a capacidade de poder mudar alguma coisa no mundo e salvar algumas pessoas. Também o universo que nos é sugerido é muito original^: o tempo fica parado e, com isso, todas as acções também deixam de acontecer. A cinética das coisas muda de perspectiva e este universo dá às personagens algumas capacidades surpreendentes.
 
Infelizmente, a execução acaba por ficar aquém das expectativas. Para começar, os antagonistas são muito óbvios e pouco desenvolvidos, sendo que todo o conceito de "máfia" aqui subjacente não tem qualquer tipo de força. Também os misteriosos elementos do mundo das coisas paradas recebem uma explicação melodramática e pouco plausível, que nos deixa um pouco indiferentes ao que possa vir a acontecer.

A animação tem bastantes falhas, sobretudo quando há uso de animação tridimensional, sendo que as cenas de acção acabam por ser muito aborrecidas e as estratégias utilizadas pouco claras. O design dos "monstros" é muito estranho e difícil de compreender, tornando a sua utilização algo confusa.

A banda sonora não surpreende.

Um anime cheio de potencial, mas que ficou para trás.

Koi wa Ameagari no You ni

Koi wa Ameagari no You ni
Watanabe Ayumu - Wit Studio
Anime - 12 Episódios
2018
5 em 10

Na altura, escolhi ver este anime porque a sinopse parecia prometedora: uma história de amor com uma diferença de idades.

No entanto, esta série acabou por ser mais um romance e um encontro da personagem consigo própria do que outra coisa. O inusitado romance é tão improvável como mal caracterizado: uma rapariga apaixona-se pelo manager do seu part-time. Este, afinal, é muito mais que um manager de um café e tem também sonhos e vontades. Apesar disso, a timidez de ambos e a falta de confiança que demonstram, tornam o início da sua relação muito quebrado.

O problema principal aqui é que não há qualquer referência ao impacto social de uma relação deste género. Talvez no Japão seja normal adolescentes apaixonarem-se por homens mais velhos, divorciados e com filhos, mas pelo menos deveria ter existido alguma referência ao facto de ser um abuso da estrutura de poder dentro do café do part-time (chefe vs subordinado). Gostei, ainda assim, da conclusão da história, que foi triste e bastante realista.

A arte, infelizmente, é terrível. Erros de anatomia constantes, má utilização de sombras e cores, todo o ambiente de chuva muito negro e pouco relevante para o desenvolvimento da narrativa. O aspecto de rascunho da maior parte dos designs não traz qualquer vantagem.

Musicalmente, é um anime pouco completo, apesar de uma ending bastante amada pela população em geral.

Um desapontamento.

Hakumei to Mikochi

Hakumei to Mikochi
Andou Masaomi - Lerche
Anime - 12 Episódios
2018
7 em 10

Vamos terminando os animes da season de Inverno de 2018, sendo que este foi não só o primeiro mas também o meu preferido.

Esta é uma história sobre pessoas pequeninas. Hakumei e Mikochi são duas raparigas de estatura muito pequena que vivem dentro de uma árvore. Este anime mostra-nos as suas pequenas aventuras diárias, o seu trabalho, a forma como vivem e a sociedade onde vivem.

É um anime simples, episódico, mas que a cada momento que passa nos mostra mais coisas sobre este universo fascinante das pessoas da floresta. Vamos aprendendo como está estruturado o mundo em que vivem e aprendendo cada vez mais detalhes de como estas pessoas diminutas fazem a sua vida normal. Isto, para mim, foi a melhor coisa deste anime que, com uma arte luxuriante e muito detalhada, nos leva para um envolvente mundo vegetal.

As personagens são amorosas e as suas personalidades muito agradáveis. Apesar de bastante simples, a forma como cada uma delas lida com os seus problemas diários traz-lhes uma grande dose de realismo e, consequentemente, torna também o universo mais plausível. Devo dizer que ggostei tanto dos designs que gostaria de fazer cosplay da Hakumei, se um dia houver uma Mikochi para me fazer companhia. Por isso (e só por isso), não a adiciono logo à minha lista de planos no Cosplay Portfolio. :p

Musicalmente não temos nenhuma característica especial, mas podemos dizer que a banda sonora se coaduna com o ambiente florestal.

Gostei imenso deste anime e recomendo bastante.

O Meu Mundo Não É Deste Reino

O Meu Mundo Não É Deste Reino
João de Melo
1983
Romance

Oh céus, há quanto tempo! Será que me devia apresentar, após essencialmente duas semanas de ausência, como uma qualquer blogger toda gira? Talvez.

AIO

É assim que elas dizem, né?

Bem, adiante. Desculpem a ausência prolongada, mas tenho andado numa roda viva, entre trabalhos diversos e o meu cosplay... Não deu tempo de vir escrever nada. Mas agora já cá estou e vou começar por falar de um dos livros que mais gostei nos últimos tempos.

Quando falamos de literatura açoreana, normalmente recordamos discursos de pobreza e fatalismo, sempre em envolvência com o terror do mar. Desta vez temos uma perspectiva que, embora não se afaste da rudeza do povo, distingue-se pela forma mágica e etérea como a vida nas ilhas é retratada.

Acompanhamos as aventuras de um grupo de aldeões que, longe do mar, desconhece tudo acerca da vida moderna e continua a viver segundo hábitos e dizeres antigos que, na maior parte das vezes, são apenas motivo para novas tragédias e para novas manifestações de uma fé dura e dolorosa.

Estas pessoas têm vidas estranhas e, por vezes, difíceis de juntar à realidade que conhecemos. Os acontecimentos tornam-se mitos ainda antes de terem terminado e a progressão do tempo é tão rápida como fantasiosa. Existem alguns elementos que não poderiam existir mas que, dentro deste contexto, fazem todo o sentido.

Para além disso, o livro retrata de forma tanto fiel como sarcástica a vida do povo menor das ilhas, do povo ignorante que se fia no padre e na autoridade, do povo que nada consegue fazer.

Escrito de forma rápida e bem humorada, é uma leitura absolutamente fascinante.