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15.9.17

Como Se Eu Não Existisse

Como Se Eu Não Existisse
Slavenka Drakulic
1999
Relato

Recebi este livro no BookCrossing. Todos me diziam que era extremamente impressionante e violento. Mas sou obrigada a discordar. Vejamos.

Esta é uma história na primeira pessoa sobre o conflito dos balcãs. S., uma rapariga normal que é professora numa aldeia, é levada para um campo de concentração, onde ser tornará uma das escravas sexuais dos soldados, acabando por engravidar. Conta a história da sua sobrevivência no campo e dos acontecimentos depois de ser transportada para um campo de refugiados e, depois, de ser recebida como refugiada na Suécia.

Ora, isto tem tudo para ser aterrorizante, especialmente se considerarmos que, mesmo que esta seja uma história inventada, poderia perfeitamente ter sido possível: estas coisas aconteceram e continuarão a acontecer enquanto houver uma guerra. Para mim, o problema essencial deste livro é o contexto. Desde o início que a autora se convence que o seu leitor está perfeitamente informado sobre todos os aspectos da guerra da Bósnia e que, por isso, consegue compreender tudo o que se está a passar em termos sociais e políticos. Ora, eu só vagamente me lembro que estava a haver uma guerra na Bósnia e que havia uns tipos chamados capacetes azuis (que eu nem sabia o que era, só sabia que eram os bons). Apanhando a história sem o contexto da guerra, a narrativa torna-se absolutamente fria e impessoal.

Assim, todos os acontecimentos horríveis que nos são relatados são vistos simplesmente na terceira pessoa. A personagem principal não possui uma caracterização suficientemente densa para que possamos sentir as suas emoções como se fôssemos nós próprios a assisti-las.

A guerra é horrível, sim. Mas quando está despersonalizada, é só mais um telejornal.

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