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2.9.15

Kill Bill Vol.1

Kill Bill Vol. 1
Quentin Tarantino
Filme
2003
6 em 10

Acontece que só me faltava ver um filme do Tarantino e calhou mesmo que fosse este, que está dividido em duas partes. Infelizmente, talvez tenha sido o filme do Tarantino que gostei menos. Debati-me um pouco sobre se havia de o comentar todo junto (volume 1 e volume 2 no mesmo comentário) mas depois dos argumentos do Qui achei por bem dividir.

Se há coisa que o Tarantino sabe fazer é criar uma história fascinante. Neste filme temos uma história complexa, cheia de detalhes, que permite um desenvolvimento de personagens quase perfeito. Isto aplica-se às duas partes, sendo que a narrativa não possui um intervalo grandioso que nos permita separar perfeitamente a história num espaço-tempo. Uma mulher faz parte de um grupo de assassinos a soldo. Tudo começa com a sua "morte", no dia do seu "casamento". Na verdade, ela entra num coma, do qual acorda passados quatro anos. Quando acorda, só tem um desejo: Kill Bill. Bill foi o homem que orquestrou a sua morte e que ela amava. Para além de matar Bill, ela tem de percorrer um longo caminho e matar todos os outros participantes do espectáculo mórbido, os outros assassinos do grupo das víboras.

Esta primeira parte tem um estilo muito kitsch. Trata-se de uma espécie de homenagem aos antigos filmes de ninjas e artes marciais. A nossa personagem obtém uma espada e usa-a para matar uma série de gente, em lutas espectaculares que servem como uma experiência, um teste à capacidade do realizador de formular coreografias complexas que envolvem uma série de artistas físicos. No entanto, pareceu-me a mim que esta homenagem acabou por falhar: senti que Tarantino pode amar este tipo de filme, mas que a sua interpretação moderna teve grandes falhas, acabando por troçar do género em vez de o elogiar.

Contribuem para isto vários elementos. Para começar, há um uso um pouco horribilis de material digital, em CG que, apesar de moderno para a época, ficaria melhor se tivesse sido completamente evitado. Dá um aspecto irreal aos momentos, assim como todo o exagero das lutas, que são OTT numa escala pouco realista (dentro do imaginário destas lutas de espadas). O mesmo acontece com a caracterização dos personagens. Da mesma forma, as coreografias podem estar muito bem pensadas mas possuem um erro evidente: a perspectiva. Tudo está filmado da mesma perspectiva. Isto tira completamente o dinamismo das lutas e é como se o observador não estivesse realmente dentro da luta, mas sim admitidamente num cinema a ver um ecrã.

O filme tem, no entanto, um elemento gráfico muito original: uma cena de animação produzida pelo estúdio Production I.G. que, não tendo um estilo puramente oriental, está muito bem animada e é, sem dúvida, o momento mais impressionante de toda esta primeira parte.

Finalmente, pareceu-me também que a música foi muitas vezes anticlimática. As canções são, por si só, muito interessantes e originais. No entanto, a forma como estão usadas acaba por dar ao filme todo esse aspecto de gozo de que falei anteriormente.

Vamos, de seguida, à segunda parte. Aguardem por mim. :)

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