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26.7.15

When Marnie Was There

When Marnie Was There
Yonebayashi Hiromasa - Studio Ghibli
Anime - Filme
2014
6 em 10

À terceira tentativa, finalmente consegui ver este filme, a última criação da Ghibli. Da primeira vez apanhei legendas em chinês, da segunda apanhei um ficheiro corrupto. À terceira é de vez!

Este filme fala sobre a adaptação das crianças a situações diferentes e novas maneiras de fazer amigos. Anna é uma menina inadaptada numa grande cidade, onde sofre com asma e ataques de ansiedade. É enviada para uma vila muito calma, com outros familiares, para que recupere. Lá, descobre uma grande casa desabitada. Mas... Parece que vive lá alguém! Esse alguém é Marnie, uma menina da mesma idade que, tal como Anna, se sente solitária. Tornam-se amigas imediatamente, mas Marnie está envolta em mistério.

Apesar da narrativa apelar para os valores da amizade feminina, como qualquer outro filme familiar, desenvolve-se de forma extremamente previsível e existem alguns pontos erróneos ao longo da progressão. Para começar, como é que Anna não estranha que Marnie esteja a viver numa época diferente? O que nos leva a pensar: se Marnie sabe quem é ela própria, porque é que age permanentemente como se não soubesse? Se ao início a poderíamos considerar fruto da imaginação, quando chegamos ao final só podemos concluir de que se trata de uma memória perdida que *sabe* que não existe. De resto, Marnie desaparece e aparece constantemente, sem que a sua existência nunca seja posta em causa. Pareceu-me também haver um excesso de monólogos internos pela parte de Anna, sendo que as cenas poderiam ter tido muito mais impacto se tivessem sido simplesmente retirados. Para além disso, os próprios diálogos são estranhos, parecendo haver um certo inuendo erótico por detrás das palavras de Marnie (o que é motivado também pela voz que lhe deram, demasiado madura) que não faz sentido dentro do contexto do filme. Por fim, quando Anna faz uma amiga na vida real, pareceu-me haver um desenvolvimento demasiado rápido de todas as relações, havendo uma imediata aceitação dos erros pela parte de toda a gente, o que não corresponde à vida tal como ela é.

Apesar da rotunda falha na construção narrativa, temos de admitir que a arte é espectacular. Detalhada, quase fotográfica, dá azo a cenas muito bonitas envolvendo paisagens aquáticas e vida selvagem, um ambiente bastante original. A utilização de cores está perfeita e o traço é muito agradável. Não existem grandes cenas de acção para demonstrar uma animação perfeita, mas nos momentos em que existem movimentos complexos, ela está exemplar.

A música é pouco memorável. Acredito que se o tema principal (a canção de embalar) tivesse sido repetido mais vezes, teria tido mais impacto.

Assim, temos um filme que, apesar da mestria técnica, é bastante mediano nos outros aspectos. Passou ao lado de muita gente e assim continuará.

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