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19.3.14

O Baile

O Baile
Nuno Duarte e Joana Afonso
2013
Banda Desenhada

Quando esta BD ganhou os prémios todos do AmadoraBD, pensei que seria bom lê-la para me informar melhor (como o tenho vindo a fazer) sobre este universo aos quadradinhos. Mas quando cheguei à banca da Kingpin... Já estava esgotado! Mas houve uma segunda edição! Então fui à festa de lançamento, onde o comprei e me deram este belíssimo autógrafo:


Confesso que o tema "zombies no Estado Novo" não era algo que me atraísse. Mesmo assim, queria ler o livro e tirar a prova por mim mesma. Não me podia ter surpreendido mais... E pela positiva!

Rui Brás tem a triste sorte de ser inspector da PIDE. É enviado para um vilarejo onde algo estranho se está a passar... E descobre o que realmente se está a passar. Um policial com um twist de terror fantástico, muito bem localizado no tempo e no espaço. Começo pelo personagem principal: ele poderia ser apenas um mocinho mascarado de vilão, mas tem mais profundidade que isso. De forma breve mas enxuta, é-nos dado a conhecer o grande descontentamento deste inspector e a sua falta de motivação. Não é que seja um homem bom, mas é um homem como todos os homens e tem a sua fraqueza no sofrimento dos outros. Daí que faça muito sentido a sua tentativa de proteger os habitantes da aldeia e a acusada de feitiçaria que se tornará sua protegida.

Os outros personagens são tipicamente portugueses, nos seus hábitos e - sobretudo - na sua linguagem. A linguagem vernacular invade todo o livro, colocando-nos como mais um estranho na aldeia, tal como Rui Brás. Em termos de personagens, o vilão (que não poderei revelar para não tirar a graça ao livro) está desenvolvida de maneira muito especial, notando-se o cuidado em lhe dar traços de personalidade que se coadunam mais tarde com as razões pelas quais ele está a fazer mal à vila. O mal, são os mortos que vêm do mar. Zombies marinhos, portanto. Aí está uma forma original de pegar no assunto dos zombies, tantas vezes repetido e espezinhado que acaba por chatear.

Nada isto seria possível sem uma arte detalhada e muito própria, com traços fortes nos personagens, quase caricaturais da figura humana. Integram-se perfeitamente nos padrões e cores dos fundos, criando um ambiente de horror quase infernal na pequena aldeia onde se passa a história.

Ah, e adorei a dica das musicas que passavam na rádio!

Realmente, uma bd excelente!

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