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4.4.13

Taxi Driver

Taxi Driver
Martin Scorcese
Filme
1976
8 em 10

Por indicação, participei num passatempo da Cinema2000 e revista Metropolis e ganhei um convite duplo para a ante-estreia do Taxi Driver no Corte Inglés. São sessões clássicas que esta equipa está a recuperar, com versões remasterizadas digitalmente dos filmes antigos. O primeiro foi este e o próximo será o Lawrence da Arábia, que também gostaria de ver. Como esta era a ante-estreia, tínhamos três senhores, críticos e entendidos do cinema (situação que eu ambicionaria ter para os meus animus, mas isso é sonho distante e longínquo) que nos falaram um pouco sobre o filme e sobre o projecto de trazer clássicos ao grande ecrã. Aprendi algumas coisas, como o facto de os 70s terem sido uma década áurea do cinema Americano, dominada pelos realizadores, e a situação de o compositor da banda-sonora do filme ter morrido um par de meses antes da estreia, logo depois de ter acabado o seu trabalho. Fiquei com muita pena do senhor que se esqueceu do que ia dizer e não se conseguia lembrar, espero que ele o venha a dizer num blog ou no jornal ou algo. Agora eu sigo mais blogues de cinema, a ver se me cultivo. Mas não está a funcionar muito bem. Enfim, outros assuntos. Fiquem com o poster que nos ofereceram à entrada, que está muito giro e que irei colar algures onde couber nas minhas paredes já forradas de coisas sem fim:



Este filme, tinha visto apenas um bocadinho com o meu pai. E quando digo um bocadinho foi mesmo só um bocadinho, porque estava a dar na televisão e eu estava a lutar para conseguir ver o Dirty Dancing, que estava a dar noutro canal. Assim, foi novidade completa para mim.

Robert de Niro é Travis, um traumatizado de guerra que conduz um táxi. Tudo na cidade de Nova York o deixa cada vez mais deprimido, até que começa a desenvolver um fascínio pela destruição e pela lavagem do "lixo" que infecta a metrópole. O personagem está perfeitamente caracterizado, na exploração da solidão e na entrada do beco sem saída que o leva ao culminar do filme. A solidão, ao início estabelecida como longas noites sem dormir, passadas a guiar o táxi e a ver filmes pornográficos no cinema, desenvolve-se até ao ponto de psicose obsessiva, motivada por Iris, a prostituta de 12 anos interpretada por Jodie Foster (não restam dúvidas depois de uma breve pesquisa, a actriz tinha mesmo 12 anos quando fez o filme).

Este desenvolvimento não existiria se não fosse a cidade, invadida de "lixo" e parasitas, que - segundo Travis - a chuva deveria lavar. Nova York dos anos 70 está caracterizada como um mundo de lascívia e nojo, coisas que vão contra aquilo em que Travis acredita (ou passou a acreditar depois de ter estado no Vietname a matar pessoas). A maior parte da narrativa passa-se de noite ou com chuva, o que trás um ambiente ainda mais negro e desesperante. A música ajuda a estabelecer a melancolia e a solidão infinita e insolucionável.

A narrativa é linear e simples, mas há quem afirme que o filme é ambíguo no seu final. Eu não senti isso e, segundo o que diz nos comentários do realizador no DVD (que eu não vi, mas procurei), pelos vistos Martin Scorcese também não. Ainda assim, não precisamos de finais ambíguos para ter um grande filme.

Vale a pena ir vê-lo ao grande ecrã. Aproveitem!

(You talkin' to me?)

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