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19.6.12

Inês de Castro

Inês de Castro
Organização de Maria Leonor Machado de Sousa
Antologia Poética
2005

Esta é uma antologia poética sobre a história de Pedro e Inês, sendo Pedro D. Pedro e Inês Inês de Castro. Apresentam-se aqui variados poemas de muitas épocas, sendo os mais antigos na incompreensível linguagem do século XVII e os mais recentes dos anos 90 do século XX.

Estão organizados por secções que podem não fazer muito sentido. Eu pessoalmente acho que "Cabelos" não é um assunto suficientemente válido para ter uma secção só para ele. Além disso há alguns poemas (sobretudo em "Cabelos") que parecem não se aplicar à secção em questão.

Quanto aos poemas em si, eu não compreendo grande coisa de poesia por isso vou-me abster de comentar e fazer figura de mula branca com asas e um corno. Fica, no entanto, o meu poema preferido, escrito por Fernando Pessoa em 1919:

Inês

 
Sentados sós lado a lado,
Com a névoa dos montes ao fundo
Do fundo do céu azulado.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Eu o que dizia era
Igual ao que eu não dizia,
Princípio da Primavera.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Os nossos pés lado a lado,
Quietos na erva, curvando-a,
Na erva de qualquer prado.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Sobre nós a sombra dos ramos,
Nossas costas no tronco largo,
Lado a lado unidos estamos
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Braço esquerdo, braço direito
Tocando de leve um no outro
Lado a lado, ali, sem defeito
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Sem olharmos um para onde
Estava o outro, mas lado a lado,
Ao fundo do fundo o monte.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
O que a alma me respondia
Do lado de mim, inexistente;
Era o mesmo que eu dizia.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Jardim do princípio da vida?
Ninguém... Lado a lado olhando
São nossos pés a descida
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Depois da descida o muro
E contra o muro, de lá
A estrada e o seu sulco impuro,

(Na hora das rosas a morte)
 
Depois era a estrada deserta
E vedando-a de nós o muro
Lá em baixo, a descida finda
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Depois, para além da estrada
Subia outra vez... Lado a lado
Víamos, sem ver nada
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Depois era um monte pequeno,
Depois montes e mais montes,
O último o mais sereno
 
(Na hora das rosas a morte)
 
No monte do fim se via
A névoa no alto do monte,    
Um sol frio aquecia.
 
(Na hora das rosas a morte)
 
E a copa da árvore descida
Só pouco do céu azul
Deixava ao olhar e à vida
 
(Na hora das rosas a morte)
 
Não sei como foi, ou o que era
Dos montes, da sombra, da erva
Princípio da primavera...
 
(Na hora das rosas a morte)  

NOUTRAS NOTÍCIAS! Por favor leiam a minha nova história: Eu sou agente da autoridade Obrigada. :)

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